1. Raposa Azul

Mineirão Setor Amarelo: Cruzeiro Avalia Retirada de Cadeiras e Custos Operacionais

Por Redação Raposa Azul em 29/05/2025 17:01

Recentemente, o cenário do futebol mineiro foi palco de um debate significativo que reacende uma antiga chama: a possibilidade de retorno das arquibancadas de pé nos estádios. Em uma audiência pública promovida na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a proposta de um setor sem assentos no Mineirão ganhou destaque, visando não apenas reviver a tradição de torcer em pé, mas também otimizar a capacidade do Gigante da Pampulha e, potencialmente, democratizar o acesso aos jogos.

A iniciativa, que contempla a remoção das cadeiras no Setor Amarelo, seja na porção inferior, superior ou em ambas, não se limita a um simples rearranjo físico. Ela carrega consigo o anseio de fomentar uma maior interação entre os aficionados, transformando o espaço em um caldeirão de emoções, e, ao mesmo tempo, oferecer bilhetes com valores mais acessíveis. Mas qual a perspectiva dos principais atores envolvidos, em especial do Cruzeiro, sobre essa mudança estrutural?

A Perspectiva do Cruzeiro: Pragmatismo em Campo

Pelo lado da Raposa, o posicionamento revelado por Marcone Barbosa, diretor de Marketing do clube, denota uma postura de abertura, porém, balizada por um pragmatismo inegociável. O Cruzeiro não manifesta objeção à eventual supressão das cadeiras, contanto que as condições operacionais, que englobam desde a acessibilidade até as rotas de escape e segurança do público, sejam meticulosamente atendidas.

?O estádio tem 8 setores hoje, 4 no anel inferior e 4 no anel superior. 8 espaços que podem abrigar todo tipo de público. Não tem nenhum motivo para que a gente não possa trabalhar um espaço específico para o torcedor que quer assistir ao jogo de pé e fazer uma festa mais efusiva?, ponderou o diretor.

Essa declaração sublinha a flexibilidade do clube em adaptar-se a novas configurações, desde que a segurança e a funcionalidade do espaço sejam prioritárias. A visão é de que um estádio moderno deve ser multifacetado, capaz de acolher diferentes perfis de torcedores e experiências.

A Lógica Financeira por Trás da Mudança

Um dos argumentos mais contundentes apresentados pelo Cruzeiro em favor da retirada das cadeiras reside na questão financeira. Marcone Barbosa revelou que, somente no ano corrente, o clube arcou com aproximadamente R$ 200 mil em custos para reparação de danos ocorridos no estádio após as partidas. Este montante, expressivo, sinaliza um ônus operacional considerável que poderia ser mitigado com a alteração proposta.

?A retirada pode contribuir para o clube diminuir o custo operacional do estádio. Temos debatido com a Minas Arena a questão dos custos operacionais?, complementou o representante cruzeirense, evidenciando uma busca ativa por otimização de recursos e uma gestão mais eficiente do equipamento esportivo.

A discussão com a Minas Arena sobre os custos operacionais é um ponto crucial, pois a relação entre o clube e a administradora do estádio tem impacto direto na viabilidade econômica dos jogos e na capacidade do Cruzeiro de investir em outras áreas.

A Questão dos Ingressos Populares

A despeito da percepção de que a retirada das cadeiras resultaria em uma redução automática nos preços dos ingressos, o diretor de marketing do Cruzeiro esclareceu que tal correlação não é direta. Contudo, ele enfatizou que o Setor Amarelo, foco inicial da intervenção, já se destaca por oferecer bilhetes a valores populares, com uma média de R$ 30 por entrada na temporada.

?Esse valor ainda não cobre o custo operacional do jogo, principalmente depois que acaba o jogo e você vai ver os danos que aconteceram no estádio, foi pior para o clube, porque além do custo tem também o dano. Para ter o estádio sem as cadeiras temos que ter um custo operacional menor?, explicou Marcone Barbosa, revelando a complexidade da precificação e os desafios em cobrir as despesas pós-jogo.

A demanda por esses setores é inquestionável, com o Setor Amarelo, assim como o Laranja, esgotando-se rapidamente tão logo as vendas são abertas ao público. Isso demonstra a forte adesão dos torcedores a opções mais acessíveis, mesmo que os valores praticados ainda não sejam suficientes para cobrir integralmente os custos operacionais e de manutenção.

Apoio Institucional e Próximos Passos

A proposta de reconfiguração do Setor Amarelo encontra respaldo em esferas elevadas da gestão cruzeirense. Marcone Barbosa confirmou que a ideia é endossada pelo proprietário da SAF do Cruzeiro , Pedro Lourenço, conferindo-lhe um peso institucional considerável. A próxima etapa, conforme prometido pelo diretor, envolverá uma análise aprofundada das normas de segurança vigentes e dos custos operacionais associados à efetivação da retirada das cadeiras.

O debate na ALMG, instigado pelo deputado estadual Professor Cleiton (PV), reuniu uma pluralidade de vozes, incluindo parlamentares, representantes do Cruzeiro , da Minas Arena e, primordialmente, os próprios torcedores. Ficou claro que, embora o apelo por preços populares seja um motor importante, a definição final do valor dos ingressos permanece uma prerrogativa do clube mandante, refletindo sua política comercial e sua estratégia de relacionamento com a torcida.

O Legado da Arquibancada de Pé: Uma Análise Final

A discussão sobre a volta das arquibancadas de pé no Mineirão transcende a mera logística. Ela toca em aspectos culturais, econômicos e de identidade do futebol brasileiro. O Cruzeiro , ao se posicionar de forma aberta, mas cautelosa, demonstra uma visão estratégica que busca equilibrar a paixão do torcedor com a sustentabilidade financeira e operacional do clube. A concretização dessa mudança não apenas redefiniria uma parte do Mineirão, mas poderia também pavimentar o caminho para um novo modelo de experiência nos estádios, onde a festa e a segurança caminham lado a lado, e a paixão pelo futebol encontra um novo palco para se manifestar de forma vibrante e acessível.

Curtiu esse post?

Participe e suba no rank de membros

Comentários:
Recentes:
Rafael

Rafael

Nível:

Rank:

Comentado em 29/05/2025 21:20 Cadeiras? Aqui é Cruzeiro, não sofá! kkk
Fabiana

Fabiana

Nível:

Rank:

Comentado em 29/05/2025 19:10 Tremenda ideia! Torcer de pé é a verdadeira vibe dos estádios. Vamos fazer a festa!
Ranking Membros em destaque
Rank Nome pontos