Balanço SAF Bahia x Cruzeiro 2024: Folha Salarial e Gastos Comparados

As recentes publicações dos balanços financeiros referentes ao exercício de 2024 pelas Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) de Bahia e Cruzeiro permitem uma análise comparativa reveladora sobre a gestão e os investimentos dos dois clubes.

Desempenho Esportivo em Campo

Antes de adentrar nas cifras, é pertinente revisar o desempenho apresentado pelas equipes nos gramados em 2024. O Esquadrão de Aço, sob o comando técnico de Rogério Ceni, alcançou a oitava colocação na Série A do Campeonato Brasileiro, acumulando 53 pontos, um resultado que assegurou seu retorno à Copa Libertadores após 35 anos. Sua jornada na temporada incluiu, ainda, o vice-campeonato estadual, a parada nas semifinais da Copa do Nordeste e a eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil.

Em contrapartida, a Raposa encerrou o Brasileirão uma posição abaixo, em nono lugar, com 52 pontos, garantindo sua participação na Copa Sul-Americana de 2025. O clube mineiro foi finalista tanto no Campeonato Mineiro quanto na própria Copa Sul-Americana, mas teve uma participação breve na Copa do Brasil, sendo eliminado precocemente na primeira fase pelo Sousa-PB.

Análise dos Gastos Totais e Resultados Financeiros

Ao analisar as finanças, nota-se uma disparidade significativa nos gastos totais entre as duas SAFs. O Bahia registrou despesas que atingiram a marca de R$ 523,16 milhões no período, enquanto o Cruzeiro contabilizou um desembolso de R$ 452,62 milhões. Isso representa uma diferença de R$ 70,54 milhões, com o clube baiano apresentando o montante superior.

Essa estrutura de custos no Bahia, em contraste com uma arrecadação líquida de R$ 273,3 milhões que não se mostrou compatível, culminou em um prejuízo considerável de R$ 246,5 milhões ao final do exercício fiscal. O cenário na SAF cruzeirense, embora também deficitário, foi menos acentuado, registrando um prejuízo de R$ 169,9 milhões, embasado por uma receita líquida ligeiramente maior, de R$ 282,7 milhões.

A Discrepância na Folha Salarial do Futebol

Um dos pontos de maior destaque nos relatórios financeiros reside nos gastos com a folha salarial do departamento de futebol. Em 2024, o Bahia direcionou R$ 293,7 milhões para este fim, um montante que excede em R$ 93,4 milhões o dispêndio registrado pela SAF do Cruzeiro no mesmo período.

Essa diferença expressiva se reflete também nos valores mensais médios: enquanto o Esquadrão de Aço teve um custo de R$ 22,59 milhões por mês com vencimentos, a Raposa apresentou uma despesa mensal de R$ 15,4 milhões, uma diferença de R$ 7,19 milhões.

É crucial observar que esta contagem abrange não apenas os salários, mas também encargos, direitos de imagem e outros benefícios destinados ao futebol profissional (masculino e feminino), categorias de base e membros das comissões técnicas. A folha salarial do clube baiano demonstrou um salto notável em relação a 2023, com um acréscimo de R$ 172,5 milhões.

Este incremento nos custos salariais no Bahia está diretamente ligado à decisão do City Football Group, responsável pela gestão da SAF, de intensificar o investimento no plantel no início de 2024. Essa estratégia resultou na aquisição de atletas de destaque no cenário nacional, como Everton Ribeiro, Caio Alexandre e Jean Lucas, que se juntaram ao elenco comandado por Rogério Ceni. Adicionalmente, o clube investiu na contratação do promissor talento uruguaio Luciano Rodríguez.