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Cruzeiro: A Alarmante Dependência do Ataque e a Busca por Reforços
Por Redação Raposa Azul em 14/08/2025 03:13
A incessante busca do Cruzeiro por novos talentos ofensivos no mercado não constitui uma surpresa para ninguém que acompanhe de perto o cotidiano da Raposa. Nomes como Luís Sinisterra, cuja negociação parece avançar, e Matheus França, recentemente oferecido ao clube, circulam nos bastidores. Essa movimentação, contudo, reflete uma lacuna evidente no sistema ofensivo da equipe, especialmente quando o técnico Leonardo Jardim não dispõe da presença de Gabigol ou Kaio Jorge em campo, um cenário que se tornou notório no Campeonato Brasileiro.
O desempenho ofensivo do Cruzeiro na competição nacional, à primeira vista, pode impressionar. Com um total de 31 gols no encerramento do turno, a equipe se posicionou logo abaixo do Flamengo em termos de produtividade. Contudo, uma análise mais aprofundada revela uma dependência quase absoluta de sua dupla principal: Gabigol e Kaio Jorge . Juntos, esses dois atletas foram responsáveis diretos por impressionantes 22 gols, o que representa uma fatia de 70% do total. Em duas ocasiões, inclusive, protagonizaram a jogada completa, com um provendo a assistência e o outro finalizando com sucesso.
A Concentração de Gols no Ataque Cruzerense
O contraste com os demais componentes do setor ofensivo é, no mínimo, gritante. Excluindo a dupla de maior destaque, os outros atacantes do elenco contribuíram diretamente para apenas dois tentos em toda a Série A. Wanderson, por exemplo, registrou uma assistência em partida contra o Santos, resultando no gol de Fabrício Bruno. Similarmente, Bolasie teve participação em um gol de Eduardo, com um passe decisivo no confronto contra o Juventude.
Dentro desse cenário de escassa participação, Wanderson se destaca pelo volume de jogo. O atacante, frequentemente escalado como titular, marcou presença em 18 das 19 rodadas disputadas pela Raposa no Campeonato Brasileiro, sendo o mais utilizado entre os demais do setor. Marquinhos, por sua vez, acumulou 14 aparições na competição, mas sua última contribuição direta para um gol remonta ao Campeonato Mineiro, evidenciando uma prolongada seca de produtividade.
Bolasie, com dez atuações na Série A, invariavelmente vindo do banco de reservas, também se insere neste panorama. Sua única participação direta em gol no Brasileirão foi a assistência para Eduardo , já mencionada. Embora o jogador tenha acumulado mais três passes decisivos e quatro gols ao longo da temporada, essas contribuições se pulverizaram entre a Copa do Brasil, o Campeonato Mineiro e a Copa Sul-Americana, sem replicar o mesmo impacto na principal competição nacional.
O Desafio da Produtividade no Setor Ofensivo
Abaixo, um panorama da participação direta em gols dos demais atacantes do Cruzeiro na Série A do Campeonato Brasileiro, sem considerar Gabigol e Kaio Jorge :
Jogador | Jogos na Série A | Participações Diretas em Gols na Série A |
---|---|---|
Wanderson | 18 | 1 (assistência) |
Marquinhos | 14 | 0 |
Bolasie | 10 | 1 (assistência) |
Lautaro Díaz | 5 | 0 |
Kaique Kenji | 1 | 0 |
Além dos nomes já citados, o técnico Leonardo Jardim também concedeu oportunidades a Kaique Kenji, que atuou em uma única partida pelo Brasileirão, e a Lautaro Díaz, que esteve em campo em cinco ocasiões. Ambos permanecem no plantel, ao contrário de Dudu, que participou de cinco rodadas pela Raposa antes de sua controversa transferência para o Atlético-MG, e Dinenno, que fez apenas um jogo na Série A antes de ser negociado com o São Paulo.
A Lógica por Trás das Escolhas de Jardim
Surpreendentemente, apesar da notória escassez de participações diretas em gols, Wanderson e Marquinhos gozam da confiança da comissão técnica de Leonardo Jardim. Ambos os atletas, aliás, tiveram suas permanências ou aquisições definitivas sacramentadas após o aval explícito do treinador português.
Wanderson chegou ao Cruzeiro vindo do Internacional já sob a gestão de Jardim, e Marquinhos , inicialmente emprestado desde janeiro, teve sua compra definitiva solicitada pelo próprio técnico. A percepção interna é que a utilidade desses jogadores transcende a mera estatística de gols, sendo considerados peças importantes dentro do esquema tático proposto, especialmente em atuações pelo flanco esquerdo, onde demonstram atributos táticos valiosos.
Em contraponto, a situação de Lautaro Díaz é distinta. Existe uma considerável probabilidade de que o atacante argentino seja negociado ainda nesta janela de transferências, uma vez que não atingiu o limite de sete partidas na Série A, o que permitiria sua transferência para outro clube da mesma divisão. Recentemente, o Ceará demonstrou interesse em seu futebol, e a diretoria celeste, embora não descarte um empréstimo, prioriza uma venda definitiva para o atleta.
Este panorama detalhado do setor ofensivo do Cruzeiro sublinha a urgência e a pertinência da busca por reforços. A dependência excessiva de poucos nomes, aliada à baixa produtividade dos demais atacantes em termos de gols e assistências no Brasileirão, aponta para uma vulnerabilidade que precisa ser endereçada com celeridade e precisão no mercado. A efetividade das contratações será determinante para o êxito da Raposa nos desafios que se avizinham.
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