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Cruzeiro Domina Botafogo: Análise Tática da Vitória no Brasileirão

Por Redação Raposa Azul em 03/08/2025 18:14

Em meio à dinâmica e exigente agenda do futebol brasileiro, é perfeitamente compreensível que qualquer equipe experimente breves flutuações de performance. O Cruzeiro, que vivenciou um período de instabilidade em compromissos recentes, demonstrou uma inequívoca retomada de seu padrão de excelência na tarde deste domingo, no Engenhão. A exibição contra o Botafogo, especialmente na etapa inicial, revelou uma supremacia notável, culminando em uma vantagem de dois gols que a equipe soube defender com perspicácia, mesmo diante da evolução do adversário.

Embora a Raposa tenha apresentado lampejos de bom futebol em confrontos anteriores contra CRB, Corinthians e Ceará, a sustentação desse nível por períodos prolongados foi um desafio constante. Contudo, a evolução do trabalho técnico era perceptível, e encontrou seu ápice nesta partida. O Glorioso, que tem consolidado um projeto de crescimento, não conseguiu impor sua competitividade nos primeiros 45 minutos, só mostrando sinais de reação com a entrada de Cuiabano na fase complementar.

Nomes como Matheus Pereira, Christian, Kaio Jorge, Fabricio Bruno e Villalba emergiram como os grandes expoentes do elenco celeste. É notável que a equipe mineira ostenta um histórico impressionante de seis vitórias em sete confrontos contra os atuais ocupantes do G-8 do Campeonato Brasileiro, tendo sido superada apenas pelo Bragantino neste seleto grupo. A vitória sobre o Botafogo encerrou uma invencibilidade do Alvinegro em seus domínios na principal competição nacional, uma sequência que perdurava desde o ano anterior, coincidentemente interrompida pelo próprio Cruzeiro .

A Estratégia Inicial e o Domínio Celeste

As formações iniciais revelaram as escolhas dos comandantes para o embate. Do lado botafoguense, Davide Ancelotti optou por sua estrutura base para o início de sua gestão, com Allan e Marlon Freitas atuando no miolo de campo e Alex Freitas retornando à lateral-esquerda. Para a Raposa, Leonardo Jardim, apesar da ausência de Fágner, escalou William na lateral-direita e manteve o que de melhor dispunha, com Wanderson e Christian desempenhando funções pelos flancos do ataque.

O Cruzeiro , sem qualquer receio de atuar no lotado Nilton Santos, implementou sua proposta de jogo com celeridade e eficácia. A busca pela posse de bola visava não apenas a criação de oportunidades ofensivas, mas também o controle do ritmo contra o Botafogo. Contudo, a diferença mais marcante na etapa inicial residiu na intensidade e organização celeste sem a posse. O Glorioso, por sua vez, demonstrou fragilidades em vários aspectos defensivos, especialmente na compactação.

A tentativa do Botafogo de elevar suas linhas de marcação frequentemente resultava na concessão de espaços cruciais às costas de seu meio-campo. A falta de coordenação impedia que a Raposa fosse efetivamente contida em sua saída de bola, seja por passes longos ou médios de Villalba , ou por trocas laterais que liberavam os laterais para progredir. Logo aos quatro minutos, Kaio Jorge já havia concluído uma jogada originada de uma saída de pressão do Cruzeiro , evidenciando a solidez e o ajuste da marcação mineira, que comprometia a construção ofensiva dos anfitriões. As raras investidas botafoguenses de relevância se resumiram a arremates de Alex Telles de fora da área. Montoro e Savarino até ensaiaram dribles e passes promissores, mas as conexões eram intermitentes.

Protagonistas em Campo: O Brilho Individual Que Selou a Vitória

Artur ainda tentou cavar um pênalti logo após o primeiro gol do Cruzeiro . A marcação inicial de Matheus Candançan foi revertida após consulta ao VAR. Com uma performance imponente com e sem a bola, os visitantes construíram uma vantagem de 2 a 0 com notável serenidade antes do intervalo, e estiveram mais próximos de ampliar o placar do que de sofrer um gol.

Christian foi, sem dúvida, um dos grandes destaques celestes. Seus movimentos da direita para a área adversária foram constantes em diversos ataques. Foi ele quem finalizou o cruzamento de Kaiki, abrindo o placar aos 22 minutos, e ainda arrematou outras três vezes somente na primeira etapa. Wanderson , o outro "ponta", executou movimentos similares quando a equipe se estabelecia no campo de ataque, além de ter sido o iniciador da jogada do primeiro gol. Aproveitando-se de uma reposição precipitada de John, ele desarmou Allan antes de servir Matheus Pereira . O camisa 10, além de participar ativamente do primeiro gol, flutuar nas costas de Allan e Marlon , e contribuir significativamente nas pressões de saída de bola, foi o responsável por ampliar o marcador.

Pereira acompanhou com precisão o impressionante contragolpe orquestrado por Kaio Jorge pela direita. O atacante percorreu mais de 70 metros, superando Barboza, Marlon Freitas e Kaio, e cruzou rasteiro para o gol de Pereira. É imperativo estender os elogios às duplas de zaga e volantes, que anularam espaços para finalizações centrais, venceram duelos e deram fluidez à circulação da bola. O primeiro tempo da Raposa foi uma verdadeira aula tática.

Resiliência e Gestão: Como a Raposa Administrou a Reação Alvinegra

Kaio Pantaleão, que demonstrou certa insegurança na etapa inicial, foi substituído no intervalo devido a um desconforto na posterior da coxa, dando lugar a David Ricardo. Com dois canhotos na zaga central, Barboza foi deslocado para o lado direito da dupla. O Botafogo buscou uma pressão imediata no início do segundo tempo. Artur chegou a criar perigo com uma bicicleta dentro da área, mas a construção do time era constantemente prejudicada pela tarde infeliz dos volantes.

Marlon Freitas e Allan cometeram um número incomum de erros, reflexo tanto da eficaz marcação cruzeirense quanto da desconexão entre as peças alvinegras. Neste cenário, a Raposa continuava a incomodar em contragolpes. Ancelotti realizou mais três alterações antes dos 15 minutos, com Correa, Cuiabano e Newton entrando nos lugares de Artur, Alex Telles e Allan. A equipe demonstrou uma boa reação. Cuiabano, em particular, ofereceu a agressividade habitual pela esquerda, criando três boas jogadas em menos de dez minutos em campo. Cássio começou a ser exigido, realizando uma defesa importante em cabeçada perigosa de Barboza. Savarino ainda acertou a trave esquerda em um lançamento do lateral, e o volume alvinegro aumentou, acendendo o sinal de alerta para Leonardo Jardim.

Marquinhos substituiu Wanderson no time celeste, enquanto Danilo fez sua estreia discreta pelo Botafogo, substituindo Marlon Freitas. O ímpeto alvinegro, contudo, arrefeceu. A equipe voltou a cometer muitos erros, permitindo que o Cruzeiro restabelecesse seu controle em campo. Matheus Pereira pôde, então, desfilar seu talento também na segunda etapa, acumulando boas ações em contragolpes. Villalba e Fabricio Bruno foram impecáveis na anulação de Arthur Cabral, que chegou a ser timidamente vaiado pela torcida. Com o jogo novamente sob controle, Jardim realizou suas últimas trocas apenas nos minutos finais, com Matheus Henrique, Eduardo e Lautaro Diaz entrando nos lugares de Christian , Matheus Pereira e Kaio Jorge .

O Alvinegro ainda teve um último suspiro em uma finalização de Arthur Cabral nos acréscimos, mas Fabricio Bruno mais uma vez interveio, impedindo qualquer ação de relevância do centroavante. O placar final da partida, portanto, permaneceu inalterado, consolidando a vitória do Cruzeiro .

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