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Cruzeiro Mundial 97: Ricardinho Detalha Derrota Inesperada para Borussia Dortmund
Por Redação Raposa Azul em 23/06/2025 07:11
A Intercontinental de 1997, disputada em Tóquio, permanece um capítulo crucial, mas amargo, na rica tapeçaria da história do Cruzeiro. Aquele embate decisivo, que colocou a Raposa em confronto direto com o imponente Borussia Dortmund, então campeão europeu, culminou em uma derrota por 2 a 0. Um resultado que, ainda hoje, reverbera nos corações celestes e, de forma particular, na memória de um de seus mais proeminentes ídolos.
Ricardinho, figura emblemática e recordista de conquistas pelo clube, com notáveis 15 troféus em suas duas passagens (de 1994 a 2002 e em 2007), revisitou recentemente os acontecimentos daquela tarde fatídica. Para o ex-volante, a sensação de que o desfecho poderia ter sido outro é uma convicção que persiste.
O Lamento de um Ícone: A Batalha de Tóquio
O próprio Ricardinho, em um depoimento franco, descreve o clima pré-jogo e a performance em campo como algo aquém do padrão de excelência que a equipe havia demonstrado na campanha vitoriosa da Libertadores. "O Mundial foi meio atípico, a gente não conseguiu apresentar o mesmo futebol que vinha na Libertadores. A gente ficou nesse período de uns seis meses para tentar preparar o time e não saiu como a gente planejava. A gente foi para o jogo, a gente não fez um mau jogo", revelou o ex-atleta.
A partida, disputada no cenário japonês, viu os gols alemães serem anotados por Michael Zorc e Heiko Herrlich, selando o destino da cobiçada taça. Entretanto, a análise retrospectiva do ex-jogador aponta para um embate mais equilibrado do que o placar final sugere, com nuances que poderiam ter alterado a narrativa.
Detalhes Cruciais e Oportunidades Perdidas
A visão de Ricardinho é de que o Cruzeiro teve seus momentos de domínio, mas a falta de efetividade em lances capitais foi determinante para o resultado. "Começamos muito bem, o time teve um volume de jogo até bom. Mas, igual falei, um jogo muito equiparado. Nos detalhes, tomamos o gol e não conseguimos fazer o nosso. Tivemos duas boas oportunidades no primeiro tempo, com Donizete Pantera e Palacios, que eram bolas de gol. Se a bola entra, mudava tudo, era tudo muito no detalhe", pontuou, destacando a frustração pelos gols não convertidos que teriam alterado drasticamente o panorama do confronto.
Para ele, a Raposa, de fato, merecia ter conquistado o título mundial. A incapacidade de capitalizar as chances criadas transformou um potencial triunfo em um lamento duradouro. "É difícil empatar, porque num jogo desses, se a gente faz aquele gol, certamente o Cruzeiro ganharia esse campeonato também. É questão de oportunidade e momento, você tem que estar bem focado, e não deu muito certo ali. Pena, né. O Cruzeiro nesse período merecia ganhar o Mundial", lamentou, evidenciando o sentimento de oportunidade perdida.
Contratações e Desajustes na Preparação
Um dos pontos levantados pelo ídolo celeste diz respeito à preparação da equipe e às movimentações no mercado de transferências antes da decisão. A diretoria daquele período buscou reforçar o elenco com nomes de peso, como os atacantes Bebeto e Donizete Pantera, o zagueiro Gonçalves e o lateral-direito Alberto. Desses atletas de renome, apenas Alberto não teve a oportunidade de entrar em campo contra o time alemão.
No entanto, Ricardinho sugere que essas alterações, embora visando o fortalecimento, podem ter gerado certa instabilidade no conjunto. "Teve esse desajuste nas contratações, jogadores importantes que saíram, isso gerou um pouquinho de atrito, mas fizemos até um bom jogo. Infelizmente acontece, não dá pra ganhar todas", concluiu, oferecendo uma perspectiva crítica sobre o planejamento para o confronto de maior envergadura na história do clube naquele ano.
O episódio do Mundial de 1997, na visão de Ricardinho, não é apenas a história de uma derrota, mas de um sonho que esteve ao alcance, moldado por detalhes decisivos, oportunidades perdidas e um planejamento que, apesar das boas intenções, não se alinhou perfeitamente para o desfecho desejado. Um lembrete de que, mesmo para os maiores campeões, há cicatrizes que o tempo não apaga completamente.
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