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Derrota do Cruzeiro: Desafios de Leonardo Jardim no Brasileirão
Por Redação Raposa Azul em 21/04/2025 04:12
O Revés em Bragança e Suas Implicações
O Cruzeiro sofreu um revés diante do Bragantino, frustrando a chance de ganhar impulso no Campeonato Brasileiro. A ascensão promissora foi interrompida com uma derrota por 1 a 0, em uma partida que, embora tenha evidenciado alguns aspectos positivos, também lançou luz sobre questões cruciais relacionadas às ideias do treinador e à composição do elenco.
Leonardo Jardim, contrariando sua postura habitual de promover o rodízio no time, optou por manter a formação titular para o confronto com o Bragantino. Acreditava que o momento exigia a consolidação de uma base que vinha mostrando sinais de amadurecimento, realizando apenas uma alteração na lateral direita devido a problemas físicos. A infelicidade de perder os dois jogadores da posição (Fagner e William ) simultaneamente o forçou a improvisar com o zagueiro Jonathan Jesus.
Curiosamente, foi essa mesma formação que proporcionou os melhores momentos do Cruzeiro em Bragança. Apesar de ter sofrido um gol logo no início, em decorrência de um erro de Cássio na saída de bola em um período de instabilidade da equipe, o Cruzeiro , entre os cinco e os 20 minutos iniciais, demonstrou dificuldades na saída de bola e baixa eficiência na pressão da posse.
As Dificuldades e Alternativas Táticas
No entanto, essa fase representou um ponto fora da curva nos 56 minutos iniciais. O Cruzeiro , embora não tenha apresentado um desempenho brilhante ou impecável, exibiu mecanismos funcionais, como a rápida recuperação da posse de bola e a criação de jogadas a partir de triangulações e investidas verticais. Faltou, contudo, o toque final, a eficiência necessária para levar o empate para o intervalo, um resultado que, naquele momento, seria mais condizente com o desempenho da equipe.
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Após o intervalo, os problemas do Cruzeiro ressurgiram. Apesar de ter acertado o travessão com um chute de Lucão e de Kaio Jorge ter desperdiçado uma oportunidade na pequena área, o time apresentou uma queda de rendimento coletiva em comparação com a primeira etapa, tornando-se excessivamente dependente de bolas alçadas na área.
Essas dificuldades se intensificaram a partir das mudanças implementadas por Leonardo Jardim. A primeira delas, no intervalo, com a substituição de Christian? que não teve uma boa atuação ? por Gabigol. Essa alteração resultou na perda do setor de meio-campo, que ficou sobrecarregado na marcação e pouco contribuiu na criação de jogadas. A intenção do treinador possivelmente era aumentar a presença de jogadores na área, o que não se concretizou, já que Kaio e Gabi precisavam recuar para buscar o jogo.
A Dependência de uma Estrutura e o Desafio de Jardim
Posteriormente, Jardim optou pelas entradas de Dudu, Eduardo, Walace e Dinenno, mas nenhum deles conseguiu alterar o curso da partida. O Cruzeiro continuou a apresentar um desempenho abaixo do esperado, sofrendo com as transições e gerando expectativa de empate apenas em cobranças de faltas, que, aliás, continuam sendo pouco eficientes para o time.
Atribuir a queda de rendimento exclusivamente às substituições não configura uma crítica individual aos jogadores que entraram em campo, embora Gabigol, Dudu e Eduardo tenham tido uma contribuição ofensiva limitada nas últimas partidas. O que chama a atenção é a aparente dependência do Cruzeiro em relação a uma única estrutura para apresentar um jogo consistente.
A solidez de uma base é crucial para o bom funcionamento de qualquer equipe, mas, no momento atual, o elenco do Cruzeiro não dispõe de peças de reposição que consigam manter o mesmo nível de desempenho. Essa questão não está relacionada à qualidade técnica dos jogadores, mas sim às suas características individuais. Afinal, o elenco não foi montado levando em consideração o estilo de jogo de Leonardo Jardim.
O treinador português obteve um avanço significativo ao identificar o time ideal para o momento, mas agora enfrenta um novo desafio. Diante da quantidade de jogos e das inevitáveis mudanças na equipe, precisará encontrar novas alternativas coletivas ? com pouco tempo disponível para treinamento ? ou promover adaptações individuais para manter um modelo que demonstra potencial de sucesso. Essas são as opções disponíveis no momento, até a abertura da janela de transferências do meio do ano.

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