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Ex-Cruzeiro Revela Acordo Inédito com Renato Gaúcho em 1992: A Verdade por Trás dos Treinos
Por Redação Raposa Azul em 15/07/2025 12:02
O cenário do futebol brasileiro frequentemente nos brinda com relatos que transcendem o campo de jogo, oferecendo uma perspectiva única sobre a dinâmica dos vestiários e a formação de lendas. Recentemente, Betinho, meio-campista que vestiu a camisa do Cruzeiro em 1992 e hoje comanda o Parnahyba na Série D, trouxe à tona memórias significativas de sua convivência com Renato Gaúcho. Suas declarações lançam luz sobre uma parceria incomum, onde a genialidade individual se sobrepunha às rotinas convencionais de treinamento, revelando o que ele descreve como um pacto silencioso dentro do elenco celeste.
No período em que ambos defendiam a Raposa, Renato Portaluppi, como era conhecido, enfrentava recorrentes problemas no tornozelo. Essa condição o afastava dos treinos diários, uma situação que, à primeira vista, poderia gerar discórdia em qualquer grupo. Contudo, Betinho detalha como o técnico Jair Pereira e o próprio elenco compreendiam a peculiaridade do atacante. O foco não estava na assiduidade aos trabalhos físicos, mas na capacidade de Renato de ser decisivo nos momentos cruciais. A equipe, ciente de sua importância, assumia um papel de suporte incondicional.
O Acordo Velado no Cruzeiro de 1992: "A Gente Corria Para Ele"
A lembrança de Betinho é cristalina ao descrever a dinâmica daquele Cruzeiro . A despeito das ausências de Renato nos treinamentos, a confiança em sua performance nos jogos era inabalável. Tratava-se de um acordo tácito, uma demonstração de camaradagem e reconhecimento do talento excepcional. Betinho enfatiza a ausência de vaidade entre os jogadores, que priorizavam o sucesso coletivo em detrimento da rigidez nos protocolos de preparação.
"Ele machucava muito o tornozelo, porque tomava muita pancada naquela região. Na reta final, ele não treinava, ia mais para jogos, mas o técnico Jair (Pereira) falava: ?Não tem problema, porque no jogo ele se sustenta?, e a gente corria para ele, não tínhamos essa vaidade não, porque sabíamos que lá na frente ele resolvia"
Essa declaração expõe não apenas a tolerância, mas a inteligência tática daquele grupo. Sabiam que, mesmo sem o desgaste dos treinos, Renato "resolvia" em campo, compensando com sua habilidade e oportunismo as limitações físicas. Essa percepção dos companheiros e da comissão técnica é um testemunho da aura que Renato já possuía como jogador, um atleta capaz de transcender o ordinário.
De Boêmio a Estrategista: A Surpreendente Virada de Renato Gaúcho
A transição de Renato Gaúcho do campo para a beira das quatro linhas, assumindo a função de treinador, foi um ponto de surpresa para muitos de seus antigos colegas, incluindo Betinho. O estilo irreverente e a personalidade descontraída de Portaluppi enquanto jogador pareciam, para alguns, incompatíveis com a disciplina e a seriedade exigidas de um comandante técnico. Entretanto, a trajetória de Renato como treinador, especialmente no Grêmio, dissipou essas dúvidas.
"Eu não imaginava que ele pudesse virar treinador de futebol. Ele era mais da zoeira, da bagunça, gostava das saídas dele, mas na hora do trabalho, ele fazia o dele. E aí quando ele se tornar treinador, começa a trabalhar, principalmente no Grêmio. Pega jogadores que tinham passado por outros times, que não estavam mais dando certo, e consegue resgatar"
Betinho destaca a capacidade de Renato de reabilitar atletas que haviam perdido espaço ou desempenho em outros clubes. Essa habilidade de "resgatar" e "instigar" é, para o ex-Cruzeiro, a essência do trabalho de Portaluppi. O atual técnico do Parnahyba revela que essa mesma filosofia de abraçar e motivar jogadores desacreditados é a que ele próprio busca aplicar em sua equipe. A conexão entre o perfil de Renato e a busca por um ambiente de trabalho engajador é evidente na análise de Betinho.
"E aí eu falo em você instigar o cara a querer mais, e é o que eu tento fazer com o meu grupo de trabalho. O Renato tem esse perfil, o jogador que está desacreditado, ele o abraça e vai na conversa"
O Legado de Renato no Futebol Brasileiro e a Trajetória de Betinho
A influência de Renato Gaúcho como treinador vai além dos títulos e resultados. Betinho aponta que, em um cenário onde o futebol brasileiro por vezes se questiona, Renato desempenha um papel crucial na valorização do técnico nacional. Sua capacidade de gerar impacto e repercussão mundialmente é vista como um resgate da autoestima da categoria.
"O Renato, de uma maneira geral, neste momento, veio resgatar a autoestima do treinador brasileiro, porque repercutiu mundialmente"
Atualmente, Betinho segue sua própria jornada no comando técnico do Parnahyba, competindo no Campeonato Brasileiro Série D. Sua experiência como meio-campista no Cruzeiro , ao lado de figuras como Renato Gaúcho, moldou sua visão de liderança e gestão de grupo. A performance de sua equipe na competição tem sido marcada por um equilíbrio de resultados. Abaixo, um panorama de sua gestão recente:
Jogos Disputados | Vitórias | Empates | Derrotas |
---|---|---|---|
9 | 3 | 3 | 3 |
O Parnahyba enfrentou uma derrota por 4 a 2 contra o Altos na 12ª rodada da Série D. O próximo desafio da equipe de Betinho será contra o Sampaio Corrêa, em confronto válido pela 13ª rodada, no dia 20 de julho, às 16h, no Estádio Pedro Alelaf, em Parnaíba. A expectativa é de que a filosofia de trabalho, inspirada também nas lições de grandes nomes do futebol como Renato Gaúcho, continue a guiar Betinho em sua carreira de treinador.
A história de Betinho e Renato Gaúcho no Cruzeiro de 1992 não é apenas uma anedota; é um retrato de como o talento, a compreensão mútua e a inteligência tática podem forjar um caminho de sucesso, mesmo diante de adversidades. Um legado que, para Betinho, continua a influenciar sua própria abordagem ao futebol.
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