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Gottardo Desvenda os Dilemas do Cruzeiro no Mundial de 97: Contratações e o Impacto no Elenco
Por Redação Raposa Azul em 15/11/2025 20:42
O ex-zagueiro Wilson Gottardo, figura emblemática na conquista da Copa Libertadores pelo Cruzeiro, trouxe à tona nesta semana um capítulo doloroso e controverso da história celeste: as movimentações da diretoria para o Mundial de Clubes de 1997. Em depoimento ao programa ?Fut & Papo?, Gottardo não hesitou em classificar seu corte da viagem a Tóquio como a ?maior tristeza? de sua vida, expondo as tensões nos bastidores daquele período.
A Decisão que Marcou uma Carreira
Apesar de ser amplamente reconhecido como um dos pilares e líderes daquele elenco vitorioso, Wilson Gottardo foi preterido pelo técnico Nelsinho Baptista para a disputa do confronto contra o Borussia Dortmund. Sua ausência na delegação que partiu para o Japão foi uma escolha técnica que abriu espaço para a chegada de Gonçalves, que formou a dupla de zaga titular ao lado de João Carlos no embate decisivo. A medida, à época, gerou questionamentos e, passados os anos, ainda ecoa na memória do ex-jogador.
Eu não viajei, fiquei em Minas. Uma decisão 100% do treinador. Hoje, entendo a importância de ter um bom gestor num clube. Acho que tinha que ter uma imposição do presidente de não permitir isso aí. Você pode até contratar, mas por qual motivo está contratando? Tem que ser mais claro,
relembrou Gottardo, sublinhando a necessidade de uma gestão mais transparente e protetiva em relação ao elenco .
Reforços de Peso e o Preço Interno
A chegada de Gonçalves não foi a única manobra da diretoria cruzeirense visando o Mundial. O clube também buscou nomes de projeção para o setor ofensivo, como Bebeto e Donizete Pantera. Essas contratações de última hora resultaram no afastamento do ídolo Marcelo Ramos do time titular. Além disso, para acomodar Elivélton entre os onze iniciais, Nelsinho Baptista optou por improvisar o atacante na lateral-direita, deslocando Nonato, um dos grandes capitães do clube, para o banco de reservas. Essas mudanças drásticas impactaram diretamente o ambiente interno e o moral da equipe.
Outros jogadores foram também sacados. O Nonato foi sacado, que era lateral-esquerdo. Um dos grandes capitães do clube, histórico. Ele improvisou Elivelton na lateral esquerda, que era um bom atacante. Mexeu tudo, né? Mexeu no emocional. Muita confusão. É a maior tristeza da minha vida,
completou o ex-zagueiro, evidenciando o profundo abalo emocional causado pelas decisões tomadas às vésperas de um dos jogos mais importantes da história do clube.
O Desfecho em Tóquio
Apesar de todas as expectativas e das significativas alterações no plantel, o Cruzeiro não conseguiu superar o Borussia Dortmund. A equipe alemã triunfou por 2 a 0 no National Stadium, em Tóquio, com gols marcados pelo volante Zorc e pelo atacante Herrlich. O resultado final, que culminou na derrota celeste, encerrou um capítulo marcado tanto pela glória da Libertadores quanto pelas controversas decisões que precederam a final mundial.
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