Mano Menezes Revela Falhas Cruciais na Derrota do Grêmio para o Cruzeiro

No último domingo, 13 de agosto, o Grêmio foi palco de um revés significativo no Mineirão, sucumbindo por 4 a 1 frente ao Cruzeiro, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Este resultado adverso posicionou o clube na 13ª colocação da tabela, mantendo uma distância de cinco pontos da zona de descenso. Diante do desfecho desfavorável, o técnico Mano Menezes não hesitou em diagnosticar as deficiências táticas, assumindo a integral responsabilidade pelo desempenho aquém do esperado e tecendo observações incisivas sobre a postura do elenco em campo.

A Leitura Tática de Mano: Onde o Plano Desmoronou

Em sua análise pós-jogo, o comandante gremista pormenorizou os obstáculos encontrados, salientando a inobservância de diretrizes táticas primordiais. Conforme sua explanação, a estratégia inicial preconizava a construção de jogadas prioritariamente pela faixa direita do campo, visando explorar esse flanco como uma via de escape à marcação adversária. Contudo, a equipe persistiu em iniciar suas investidas pelo lado esquerdo, comprometendo a fluidez e a eficácia do jogo coletivo.

Menezes foi contundente ao abordar a teimosia tática de seus comandados:

Minha cobrança se deveu pela insistência que estávamos tempo em cima da dificuldade que o jogo estava apresentando. A saída era melhor pela direita e insistimos pela esquerda. Nos escondemos um pouquinho de pedir a bola no momento mais difícil do jogo.

E complementou sua crítica, enfatizando a necessidade de um comportamento mais aguerrido em momentos cruciais:

É nessa hora que tem que ter personalidade e não pode abrir mão de jogar. Difícil ou não, tem que jogar. Tem que assumir as responsabilidades em clube grande. E isso vai nortear as escolhas daqui para frente.

As Escolhas e a Performance Aquém do Esperado

O próprio técnico não se eximiu de reconhecer deslizes na configuração inicial da equipe. A opção por Cristaldo no setor central, ladeado por Alysson, Amuzu e Arezo no quarteto ofensivo do esquema 4-2-3-1, embora concebida com propósitos ofensivos, não se traduziu em efetividade em campo.

Mano Menezes refletiu sobre a sua parcela de responsabilidade, ponderando sobre a necessidade de maior cautela na montagem do time:

Quando o jogo entre duas grandes equipes termina em 4 a 1 para uma, o treinador tem a parcela certamente. Talvez poderia ter protegido mais a equipe. Penso até que a minha cobrança inicial para todos era porque tínhamos uma formação para jogar mais e quase nunca jogamos.

A insistência na construção pelo lado esquerdo foi uma tônica, limitando as opções de ataque e tornando a equipe previsível. O treinador observou que a dependência excessiva de jogadas individuais, como a busca por Amuzu em confrontos de um contra um, demonstrou a falta de repertório coletivo. "Insistimos muito pelo lado esquerdo. A equipe se contentou em tentar jogar uma bola para Amuzu no 1 contra 1. É pouco. Sabíamos como deveríamos jogar e não foi como executamos", complementou ele, evidenciando a desconexão entre o planejamento e a execução.

A Eficácia Celeste e a Fragilidade Gremista

Um aspecto crucial apontado por Mano Menezes foi a notória dificuldade do Grêmio em mitigar a intensa pressão imposta pelo Cruzeiro durante a fase de construção. O comandante técnico foi enfático ao declarar que as sucessivas falhas na transição da defesa para o ataque foram decisivas para o resultado adverso. Ele detalhou a estratégia adversária e a incapacidade de sua equipe em lidar com ela:

Tínhamos que sair por um corredor e fazer logo a troca, porque o Cruzeiro pressiona muito o setor da bola. Quem não joga, quem entrega a bola ao adversário, erra sucessivamente a saída, traz o adversário para cima. O Cruzeiro tem muita qualidade, é organizado, se aproveitou dos nossos erros e decidiu o jogo.

A análise de Mano revela que a organização e a qualidade do Cruzeiro foram potencializadas pelos equívocos do Grêmio, que, ao entregar a posse de bola repetidamente, convidou o adversário a se aproximar e capitalizar as oportunidades.

Rumo à Recomposição: O Imperativo da Mudança

Mesmo diante do panorama desfavorável, o técnico projetou uma reformulação no perfil da equipe, enfatizando a imprescindibilidade de uma nova atitude, notadamente em circunstâncias desfavoráveis. Mano Menezes deixou claro que o desempenho observado contra o Cruzeiro servirá de baliza para futuras deliberações, que serão pautadas estritamente pela conduta exibida pelos atletas.

Ele reiterou a crença na capacidade de superação do grupo, afirmando:

A gente não competiu como poderíamos. Podemos fazer melhor e vamos fazer melhor na quarta-feira.

A promessa é de um Grêmio com mais combatividade e foco. Os próximos desafios serão cruciais para a reabilitação da equipe, que terá compromissos importantes em diferentes frentes: