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Montillo e a Camisa 10: O Lamento Pelo Título e a Reverência a Alex no Cruzeiro
Por Redação Raposa Azul em 10/10/2025 13:43
O retorno de Walter Montillo a Belo Horizonte, desta vez para um evento festivo que celebra os 60 anos do Mineirão, reacende memórias de uma era de brilho individual em um período desafiador para o Cruzeiro. O argentino, agora atuando como agente de atletas, participará do ?Duelo de Gigantes? ao lado de Alex e Ronaldinho Gaúcho, um encontro que promete emoções e revisitações ao passado glorioso do futebol brasileiro.
Montillo , uma figura central na Toca da Raposa entre 2010 e 2012, aproveitou a ocasião para compartilhar suas impressões sobre o período em que vestiu a camisa celeste e, de forma notável, expressar sua admiração por Alex, a quem considera o maior camisa 10 da história do clube.
A Trajetória de Montillo na Toca da Raposa
Formado nas categorias de base do San Lorenzo, Montillo chegou ao Cruzeiro após uma performance destacada com a Universidad de Chile, culminando em uma semifinal da Copa Libertadores de 2010. Sua chegada à Raposa no segundo semestre daquele ano foi impactante, rapidamente se estabelecendo como líder e peça fundamental na campanha que levou o time ao vice-campeonato brasileiro.
Os anos seguintes, contudo, apresentaram um cenário de maior instabilidade. Embora o Cruzeiro tenha conquistado o Campeonato Mineiro de 2011, a equipe enfrentou uma árdua luta para evitar o rebaixamento no Brasileirão. Em 2012, a situação foi menos dramática, com o clube terminando na metade da tabela. Em 2013, Montillo foi negociado com o Santos, encerrando sua passagem com um sentimento de algo incompleto.
O Lamento pelo Título Nacional e a Perspectiva do Campeão
Apesar das conquistas individuais e de ter sido um dos jogadores mais cobiçados do futebol brasileiro em sua época, Montillo carrega o lamento de não ter erguido a taça do Campeonato Brasileiro com o Cruzeiro . O desfecho da temporada de 2010, em que o título escapou por pouco, ainda ressoa em suas lembranças.
- Ganhei muitos títulos individuais naquela época, mas ganhar o Brasileirão é uma coisa que faltou. Foi por pouco, mas o futebol é assim. Campeão é um só. Às vezes, você fica perto.
O argentino reflete sobre a natureza competitiva do esporte, onde pequenos detalhes podem definir o sucesso. Ele observa que o Cruzeiro , anos depois, construiu uma equipe vitoriosa, evidenciando a busca incessante por títulos que move os atletas.
"Anos depois o Cruzeiro conseguiu montar um time muito bom e ganhou o título brasileiro. O jogador sempre quer sair campeão, mas os outros também. Às vezes por detalhes você não consegue."
A Camisa 10 e a Reverência a Alex
Montillo , que teve a honra de vestir a icônica camisa 10 em clubes de grande projeção como Santos (a camisa de Pelé) e na seleção argentina (a camisa de Messi), expressa um profundo respeito pela mística do número. Ele destaca a responsabilidade e o privilégio de seguir os passos de lendas do futebol.
- Eu sinto um privilégio de ter usado essas camisas. Sempre com muito respeito, sem chegar nem perto dos caras que utilizaram. Eu sou muito agradecido ao futebol. Sempre usei com muito respeito com os caras que utilizaram, porque são caras muito pesados.
No entanto, para Montillo , a figura de Alex transcende qualquer comparação interna no Cruzeiro . O campeão da Tríplice Coroa, com sua habilidade e liderança, é, em sua visão, o maior camisa 10 que já defendeu o clube. A oportunidade de atuar ao lado de Alex no evento comemorativo é motivo de grande orgulho para o argentino.
"Mesmo o Alex. Para mim, jogar com ele nesse jogo é uma honra. Para mim, é o melhor camisa 10 que passou pelo Cruzeiro. Estar ao lado dele e jogar para o time dele, para mim, é uma honra muito grande."
Um Reencontro com o Gigante da Pampulha
Apesar de ter sido um dos principais artilheiros estrangeiros da história do Cruzeiro , com 34 gols, Montillo nunca teve a oportunidade de jogar no Mineirão vestindo a camisa celeste. Durante seu período no clube, o estádio estava fechado para as reformas preparatórias para a Copa do Mundo de 2014, levando o Cruzeiro a utilizar diversas arenas como casa, incluindo a Arena do Jacaré, o Independência, o Ipatingão e o Parque do Sabiá.
O reencontro com o Mineirão, agora como parte de um evento festivo e ao lado da torcida, carrega um significado especial para o ex-jogador. Ele recorda a atmosfera vibrante que sempre lhe foi descrita e a emoção de pisar no gramado que se tornou palco de tantas glórias do Cruzeiro .
- Todo mundo me falava que o Mineirão lotado era outra coisa, mas, infelizmente, estava em reforma para a Copa do Mundo e eu não consegui jogar. Fui depois em jogo como torcedor, quando o Cruzeiro subiu para Série A, quando jogaram para ser campeão. Mas vai ser bom. Pelo menos para ter o gostinho. Para mim é muito importante. É um clube que eu gosto muito e para mim é especial. Mesmo estando velho, vou tentar fazer o melhor.
A Carreira Pós-Cruzeiro
Após sua saída do Cruzeiro e a passagem pelo Santos, Montillo seguiu para o futebol chinês, atuando pelo Shandong Luneng. Em 2017, retornou ao Brasil para defender o Botafogo, mas sua passagem foi marcada por problemas físicos. Ele ainda jogou por três anos no Tigre, da Argentina, antes de encerrar sua carreira na Universidad de Chile, o clube que o projetou internacionalmente.
Sua trajetória, pontuada por momentos de brilho e desafios, culmina agora neste retorno simbólico, onde as memórias de um passado vitorioso e a admiração mútua entre ídolos se entrelaçam na grama do Mineirão.
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