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Zico e Cruzeiro: Ídolo do Flamengo Desvenda Laços com Dirceu Lopes e Minas Gerais
Por Redação Raposa Azul em 23/09/2025 15:02
A recente passagem de Zico por Belo Horizonte, para um evento no tradicional Mercado Central, não se limitou a um mero compromisso promocional. O ícone do Flamengo, ao dialogar com a imprensa local, trouxe à tona uma faceta pouco explorada de sua trajetória: uma profunda e juvenil admiração por Dirceu Lopes, um dos maiores nomes da história do Cruzeiro. Essa revelação, vinda de um adversário histórico, oferece uma perspectiva enriquecedora sobre as conexões que transcendem as rivalidades clubísticas.
O encontro com Dirceu Lopes foi, para o "Galinho de Quintino", um momento de celebração e reconhecimento. Zico não poupou elogios ao "Príncipe", destacando a qualidade daquela lendária equipe celeste que conquistou a Taça Brasil de 1966. Um time que, além de Dirceu, contava com figuras como Natal, Tostão e Raul Plassmann, este último, um companheiro de frequentes conversas sobre a grandiosidade daquele esquadrão. A memória vívida de Zico sobre esse período reforça a magnitude histórica do Cruzeiro dos anos 60.
"Estar aqui, ver o Éder (Aleixo) depois de algum tempo, ver o Dirceu Lopes, que eu era moleque e torcia muito por ele na época daquele timaço do Cruzeiro, de Tostão, Natal, Raul? Eu, que estou muitas vezes com o Raul, falamos muito daquela equipe"
A Geração de Ouro do Cruzeiro e a Inspiração de Zico
A influência de Dirceu Lopes na formação de Zico não foi trivial. O ex-meia rubro-negro classificou a geração do craque celeste como uma "inspiração muito grande". Em uma análise que ecoa o lamento de muitos amantes do futebol, Zico expressou sua convicção de que Dirceu Lopes merecia ter integrado a Seleção Brasileira campeã mundial em 1970. No entanto, o cenário do futebol brasileiro na época, com uma abundância de talentos excepcionais, impôs uma concorrência quase intransponível, como ele mesmo pontuou.
"Aquela geração do Dirceu Lopes foi uma inspiração muito grande para mim. Daquela turma de 1970, ele era um daqueles que poderiam estar, mas era uma concorrência enorme naquele período. O Brasil era recheado de grandes jogadores"
As raízes dessa admiração se estendem até a família de Zico. Seu irmão, Edu, também nutria um grande apreço por Dirceu Lopes, uma conexão forjada em um quarto de concentração da Seleção Brasileira, onde ambos dividiram espaço em um dos poucos jogos de Edu pela equipe nacional. Essa anedota familiar sublinha a dimensão do impacto de Dirceu Lopes, ultrapassando as fronteiras de Minas Gerais e conquistando o respeito de figuras ligadas a clubes rivais. Zico, por sua vez, fez questão de dissipar qualquer impressão de atrito com o futebol mineiro.
Desmistificando a Relação de Zico com o Futebol Mineiro
Abordando a sua relação com os clubes de Minas Gerais, Zico foi categórico. O ex-jogador do Flamengo refutou qualquer sugestão de animosidade, enfatizando que sua postura sempre foi de respeito aos adversários, ao mesmo tempo em que defendia com lealdade as cores de seu clube de coração. A convivência com atletas mineiros na Seleção Brasileira, especialmente com muitos jogadores do Atlético, serviu para solidificar essa percepção de cordialidade e profissionalismo, desconstruindo narrativas simplistas de rivalidade.
"Meu irmão, Edu, gostava muito do Dirceu Lopes, porque ficou com ele no mesmo quarto, em um dos poucos jogos que ele (Edu) fez pela Seleção Brasileira. Era um time do Cruzeiro, com alguns jogadores de outros clubes, e meu irmão era um desses. Ele falava muito do Dirceu. Então, zero problema com o torcedor em Minas, da minha parte"
A visão de Zico sobre as relações interclubes é pragmática e respeitosa. Para ele, a disputa se resumia ao campo de jogo, sem transcender para o plano pessoal ou institucional de forma negativa. Essa postura, de um atleta que encarnou a identidade de seu clube, mas sempre reconheceu o valor dos oponentes, é um testemunho de uma era do futebol onde o fair play e o reconhecimento mútuo eram valores intrínsecos.
"A relação não é só com Cruzeiro ou Atlético. Acho que é com todos os clubes, torcidas adversárias. Eu defendi o meu clube, que, por coincidência, sempre foi meu clube de coração"
O Legado de Zico e os Confrontos com os Gigantes de Minas
A trajetória de Zico no Flamengo é um capítulo à parte na história do futebol mundial. Revelado pelo clube carioca, ele vestiu a camisa rubro-negra em duas fases distintas, de 1971 a 1983 e de 1985 a 1989. Seus números são impressionantes: 575 jogos e 395 gols, um legado que o consagra como o maior artilheiro e um dos maiores jogadores da história do Flamengo.
Durante sua brilhante carreira, Zico acumulou um rol de títulos invejável, que inclui uma Copa Intercontinental (1981), uma Copa Libertadores (1981), quatro Campeonatos Brasileiros (1980, 1982, 1983 e 1987) e sete Campeonatos Cariocas (1972, 1974, 1978, 1979, 1979, 1981 e 1986). Estes feitos consolidaram sua imagem como o principal protagonista do Flamengo nos anos 80, período de glórias para o clube.
No que tange aos confrontos diretos com os clubes mineiros, Zico teve a oportunidade de medir forças contra Atlético e Cruzeiro em diversas ocasiões. Seus dados contra essas equipes, embora não sejam o foco central de sua carreira, oferecem um panorama interessante de sua performance diante de adversários de alto nível.
"Sempre respeitei os adversários, procurei sempre, dentro do campo, representar o meu time. Nunca tive problema nem com Atlético, nem com Cruzeiro. Joguei com muitos deles, principalmente do Atlético, na Seleção Brasileira durante um bom tempo"
A tabela a seguir sumariza a participação de Zico em jogos contra Atlético e Cruzeiro :
Adversário | Jogos | Gols Marcados | Assistências |
---|---|---|---|
Atlético-MG | 15 | 4 | 4 |
Cruzeiro-MG | 7 | 0 | 2 |
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