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Bastidores do VAR: Diálogos Chocantes em Pênalti e Expulsão de Cruzeiro x Botafogo Revelados
Por Redação Raposa Azul em 05/12/2025 10:11
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tornou públicos, nesta sexta-feira (6), os registros sonoros da cabine do VAR referentes ao confronto que terminou em um empate de 2 a 2 entre Cruzeiro e Botafogo. A partida, disputada no Mineirão na última quinta-feira (4), foi marcada por intervenções decisivas do árbitro de vídeo em dois lances capitais: a penalidade máxima assinalada sobre Kaiki em Marçal, que culminou no gol de Alex Telles, e a expulsão direta de David Ricardo na etapa complementar.
A condução do jogo esteve a cargo do árbitro Anderson Daronco em campo, enquanto a análise de vídeo foi supervisionada por Diego Pombo López. As gravações agora disponíveis oferecem uma perspectiva detalhada dos debates e justificativas que levaram às alterações das decisões iniciais de Daronco, suscitando discussões sobre a interpretação das regras e a influência tecnológica no futebol.
O primeiro episódio de controvérsia envolveu o lance que resultou no pênalti contra o Cruzeiro . A princípio, Daronco interpretou a jogada como um choque natural de jogo, sem infração. Suas palavras iniciais foram claras: "Não, nada. Choque normal, ali passa limpo, para mim é tiro de meta." Era uma leitura que descartava qualquer irregularidade na disputa.
A Reversão do Pênalti Decisivo: O Diálogo entre Campo e Cabine
Contudo, a equipe do VAR discordou veementemente da percepção do árbitro de campo. A análise da cabine apontou uma imprudência por parte do defensor celeste. "O atacante joga a bola e o defensor acaba atingindo ele. De forma imprudente ele atinge o joelho do adversário", destacou o responsável pelo vídeo, recomendando a Daronco que revisasse o lance no monitor à beira do gramado.
Após a análise minuciosa das imagens, Daronco reconsiderou sua decisão original. A convicção inicial de um lance limpo foi substituída pela constatação da infração. "Vou voltar com a decisão de tiro penal, sem cartão", declarou o árbitro, modificando o veredito para a marcação do pênalti. Essa penalidade foi convertida pelo Botafogo nos acréscimos do segundo tempo, selando o empate e impactando diretamente o resultado final do embate.
O Cartão Vermelho de David Ricardo: Uma Análise da Intenção
A outra intervenção crucial do VAR ocorreu na segunda etapa, culminando na expulsão de David Ricardo. Inicialmente, Anderson Daronco atribuiu a falta a Matheus Henrique, atleta do Cruzeiro . "Foi falta do azul, ele chega solando", afirmou. O árbitro também notou uma lesão no adversário: "Existe um sangramento na cabeça dele, não sei do que é", relatou, indicando a gravidade do contato.
No entanto, o VAR avaliou a situação de maneira distinta, focando na intencionalidade da ação do defensor do Glorioso. A equipe de vídeo concluiu que David Ricardo, após disputar a bola, manteve a sola da chuteira em contato com a cabeça do oponente deliberadamente. "Daronco, recomendo revisão para um possível cartão vermelho. Após o jogador jogar a bola, ele deixa a sola da chuteira propositalmente na cabeça do adversário", alertou a cabine, sugerindo a expulsão.
Ao reavaliar o lance no monitor, Daronco acatou a recomendação, revertendo sua decisão inicial e aplicando o cartão vermelho direto. "Para mim tinha sido falta do jogador de azul, mas não é. A falta é do jogador de branco e eu volto com cartão vermelho e tiro direto a favor do ataque azul", explicou o árbitro. O zagueiro do Botafogo, no entanto, expressou seu descontentamento e perplexidade com a decisão, questionando a possibilidade de recolher a perna em tal circunstância: "Eu chutei a bola, como vou recolher a perna?", indagou David Ricardo, evidenciando o debate sobre a interpretação da intencionalidade no futebol.
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