Cruzeiro e Santos negociam Gabigol com divisão salarial

O impasse entre Tite e Gabigol na Toca da Raposa

A provável oficialização de Tite como comandante do Cruzeiro para o ciclo de 2026 coloca um ponto final antecipado na trajetória de Gabriel Barbosa em Minas Gerais. O histórico de atritos públicos entre o técnico e o atacante, acumulado em passagens pela Seleção Brasileira e pelo Flamengo, torna a convivência diária um cenário improvável. Diante dessa barreira técnica e pessoal, a diretoria celeste busca uma saída imediata para o camisa 9.

O clima para a permanência do jogador já era hostil antes mesmo da definição do novo treinador. A eliminação na semifinal da Copa do Brasil, selada por um erro de Gabigol na marca da cal, transformou o centro de treinamentos em alvo de protestos. As pichações nos muros da Toca da Raposa evidenciam que a paciência do torcedor esgotou, tornando o ambiente insustentável para a sequência do contrato na capital mineira.

Acordo de empréstimo com o Santos gera indignação

Com as portas fechadas internamente, o Santos surge como o destino mais avançado para o atleta. A proposta em discussão prevê um empréstimo válido por toda a temporada de 2026. No entanto, o modelo de negócio é o que desperta a fúria dos cruzeirenses: uma divisão igualitária dos vencimentos mensais entre o clube mineiro e a equipe paulista. Para a gestão da Raposa, é uma forma de aliviar parte da folha, mas para a arquibancada, soa como um equívoco administrativo grave.

As críticas nas redes sociais refletem o descontentamento com a gestão do ativo. Um torcedor expressou sua indignação com clareza:

?Cruzeiro vai cometer uma besteira gigantesca ao dividir salários com o Santos pelo Gabigol. Está entre os piores negócios da história do clube, pior até do que a própria contratação?

. O sentimento de que o clube está subsidiando um rival direto é predominante entre os celestes.

Outra sugestão drástica vinda da torcida propõe o isolamento do atleta como estratégia de mercado para forçar uma rescisão favorável:

?Um jeito simples de resolver a situação do Gabigol seria: de manhã na portaria, à tarde treinando separado do elenco. Rapidinho aparece uma proposta da China ou da Arábia Saudita, rescinde o contrato e o Cruzeiro se livra. Emprestar pagando salário é prêmio?

. A ironia demonstra o nível de desaprovação sobre como a saída está sendo conduzida pela diretoria.

O planejamento do Santos para o retorno continental

Enquanto o Cruzeiro tenta resolver o imbróglio financeiro, o Santos projeta 2026 como o ano da reconstrução definitiva. Após uma temporada de 2025 sofrível, na qual flertou com o descenso no Brasileirão e acumulou eliminações precoces no Paulistão e na Copa do Brasil, o Peixe busca em Gabigol a referência para a disputa da Copa Sul-Americana. O clube da Vila Belmiro terá um calendário cheio, iniciando sua jornada oficial já no dia 10 de janeiro contra o Novorizontino.

Abaixo, os pontos centrais da negociação que pode transferir o atacante para o litoral paulista:

Item da Negociação	Detalhes Previstos
Modalidade	Empréstimo até dezembro de 2026
Divisão Salarial	50% Cruzeiro / 50% Santos
Motivação Técnica	Chegada de Tite e desgaste com a torcida
Status	Conversas em estágio avançado

A diretoria celeste vê na divisão salarial a única saída viável para reduzir o impacto dos altos vencimentos de Gabigol, dado que o mercado não apresentou propostas de compra definitiva que agradassem a todas as partes. O desfecho dessa negociação definirá não apenas o futuro do atacante, mas também o tom da relação entre a torcida e a gestão para o início da próxima temporada.