Cruzeiro: Fim do Brasileirão, Início da Luta Pelo Título da Copa do Brasil

Se o técnico Leonardo Jardim aguardava o momento de "ter a vida resolvida" no Campeonato Brasileiro para concentrar esforços na Copa do Brasil, essa hora finalmente chegou. O empate em 1 a 1 com o Ceará, em partida válida pela 36ª rodada, selou o destino da Raposa na disputa pelo título nacional, eliminando matematicamente qualquer chance de conquista. Daquele confronto, poucas conclusões positivas puderam ser extraídas, exceto pela constatação de que atletas como Romero, Arroyo e Kaio Jorge são peças cruciais para manter a intensidade necessária da equipe em momentos decisivos.

A jornada em Fortaleza revelou aspectos importantes sobre a profundidade do elenco e a dependência de alguns de seus principais jogadores. Com o cenário do Brasileirão definido, o foco total agora se volta para a competição de mata-mata, onde o Cruzeiro tem uma oportunidade palpável de levantar um troféu significativo após um hiato de sete anos.

Desempenho Individual: Luzes e Sombras

Na ausência de Lucas Romero , o volante Walace assumiu a titularidade e entregou uma performance defensiva consistente. Posicionado mais próximo da zaga, ele demonstrou capacidade de desarmar e orquestrar o ritmo do jogo. Contudo, seu estilo de atuação diverge substancialmente do titular, o que indica seu retorno ao banco de reservas em condições normais. Walace cumpriu sua função, mas a dinâmica da equipe se altera sem a presença de Romero .

Kaio Jorge , por sua vez, foi poupado da viagem ao Nordeste devido a um desgaste muscular, uma medida preventiva com vistas às semanas cruciais que se avizinham. Em seu lugar, Gabriel Barbosa recebeu mais uma chance como titular, mas não conseguiu capitalizar a oportunidade. O atacante demonstrou dificuldade em acompanhar a velocidade da defesa adversária em diversos lançamentos e não representou a ameaça ofensiva que se esperava, culminando em uma atuação aquém do que se exige de um jogador que busca mais tempo em campo.

Preocupações Médicas e Táticas

A situação de Arroyo emerge como a principal preocupação para a Copa do Brasil. O jogador precisou ser substituído ainda no primeiro tempo do duelo contra o Ceará. Após perceber que sua velocidade habitual nos avanços ofensivos estava comprometida, solicitou a saída do campo. O técnico Jardim minimizou o incidente, classificando-o como uma "fisgada na posterior" e uma saída preventiva para evitar uma lesão mais grave. No entanto, a ausência de Arroyo desorganizou ainda mais a estratégia do Cruzeiro na partida.

Sem seu dinamismo, o time exibiu pouca criatividade e uma notável lentidão nas transições para o contra-ataque, mesmo detendo o controle da posse de bola. O gol sofrido pelo Cruzeiro foi resultado de uma rápida investida do Ceará, após o ataque celeste não conseguir reter a posse e Lucas Silva? já advertido com cartão amarelo ? hesitar em interromper a jogada. A equipe sentiu a falta de um articulador rápido e incisivo, expondo vulnerabilidades táticas.

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A Maldição Contra Times Menos Expressivos

O jovem Kaiki foi o responsável por salvar a noite e, de certa forma, encaminhar a terceira colocação para o Cruzeiro . Ao receber um passe de Sinisterra, finalizou em direção à área e contou com um desvio de William Machado para garantir o ponto. Contudo, o jogo contra o Ceará reiterou uma sina da Raposa ao longo da temporada: a dificuldade em enfrentar adversários fora do G-7. Este padrão de desempenho contra equipes teoricamente mais fracas tem sido um obstáculo significativo.

A análise dos resultados no Campeonato Brasileiro de 2025 revela um padrão preocupante. As cinco derrotas do time mineiro foram contra equipes que não figuravam entre os sete primeiros colocados. Da mesma forma, oito dos doze empates ocorreram contra times que não disputavam as mesmas ambições da Raposa, seja pelo título ou por uma vaga direta na Libertadores. Esta estatística sublinha a necessidade de maior consistência contra todo o espectro de adversários.

A Batalha Final: Copa do Brasil é a Prioridade

Embora esses dados sejam pertinentes para o planejamento de 2026, o foco imediato é a preparação para a Copa do Brasil de 2025. O Cruzeiro tem pela frente dois confrontos de grande envergadura contra o Corinthians, válidos pela semifinal da competição. Esta representa a oportunidade real de conquistar um troféu de expressão, algo que não acontece há sete anos, e um objetivo que agora se torna a principal meta da temporada.

No planejamento estratégico, Leonardo Jardim já sinalizou suas intenções: poupará jogadores no próximo compromisso contra o Santos. A partida, marcada para o dia 7, na Vila Belmiro, antecede em apenas três dias o primeiro jogo da semifinal no Mineirão. Com tanto em jogo, em um período em que a maioria dos clubes já estará em recesso, o Cruzeiro precisa ser meticuloso para evitar desfalques importantes. O jogo contra o Ceará serviu como um alerta claro de que a Raposa necessita de seu elenco completo para os embates decisivos dos dias 10 e 14 de dezembro.