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Cruzeiro SAF: Pedro Junio Revela Plano de Sustentabilidade e Sonho da Libertadores
Por Redação Raposa Azul em 10/06/2025 04:14
O cenário do futebol brasileiro, cada vez mais complexo e exigente, impõe aos seus protagonistas a necessidade de uma visão estratégica apurada. Neste contexto, Pedro Junio, vice-presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro e figura central na estrutura do clube, compartilhou pela primeira vez, após mais de um ano de dedicação à Toca da Raposa, as diretrizes que pautam sua gestão. Em uma análise aprofundada, o executivo, com forte atuação tanto na esfera esportiva quanto administrativa, delineia um futuro promissor para a instituição, almejando uma sustentabilidade financeira plena em um horizonte de menos de uma década.
A Essência de uma Gestão Apaixonada
Para Pedro Junio, o Cruzeiro transcende a mera esfera profissional; ele representa um pilar fundamental em sua trajetória pessoal e profissional. O clube, em suas palavras, "é tudo que eu tenho de importante". O executivo expressa um profundo amor pela instituição, creditando a ela a formação de seu caráter na adolescência e a oportunidade de testemunhar conquistas históricas. Sua motivação primordial reside em resgatar a glória e a alegria para a imensa torcida, almejando que o clube retorne às manchetes por feitos vitoriosos e celebrações de títulos. Essa paixão, aliás, não é um traço isolado em sua família.
A decisão de adquirir a SAF do Cruzeiro , impulsionada por Pedro Lourenço, seu pai, foi um marco. Diante da iminente venda por parte de Ronaldo, Pedro Lourenço expressou seu desejo de compra, um antigo sonho de presidir o clube, e buscou o apoio familiar. Pedro Junio foi o primeiro a se prontificar, manifestando total disponibilidade para atuar em qualquer área, seja no futebol, administrativo ou em tarefas mais básicas. Essa inclinação de Pedro Junio pelo setor futebolístico e administrativo sempre foi evidente, diferenciando-o de seus irmãos, que possuem um perfil mais voltado para a administração geral. Seu interesse por essa área foi cultivado desde cedo, inclusive com conversas com figuras históricas do clube.
Como vice-presidente, sua atuação é abrangente, englobando tanto o departamento de futebol quanto as complexas demandas administrativas, um envolvimento que se iniciou com a própria aquisição da SAF. A gestão familiar, segundo ele, equilibra a paixão ? personificada por seu pai, Pedro Lourenço ? com a racionalidade do planejamento e da organização, buscando reestruturar o clube para oferecer o melhor ao torcedor.
A visão de longo prazo para o Cruzeiro é cristalina: um clube perene, "para sempre". Pedro Junio reitera que a aquisição da SAF não foi motivada por um interesse meramente comercial ou especulativo, mas sim por um profundo amor à instituição. A meta é garantir que o clube esteja sempre entre os protagonistas, disputando títulos e ocupando posições de destaque. Ele enfatiza o compromisso de "dar todas as condições para desempenhar o grande futebol", ciente de que o sucesso final depende de múltiplos fatores, mas confiante no legado que será construído para as futuras gerações de sua família e para a torcida cruzeirense.

Estratégias Financeiras e a Busca pela Autossustentabilidade
A gestão atual do Cruzeiro , sob a liderança de Pedro Lourenço e a execução de Pedro Junio, não hesitou em realizar aportes financeiros substanciais no setor de futebol. Em um curto período, o clube investiu mais de R$ 300 milhões na aquisição de 18 novos atletas, elevando a folha salarial mensal para um patamar superior a R$ 20 milhões. Adicionalmente, recursos significativos foram direcionados para aprimoramento da infraestrutura na Toca da Raposa. Tais movimentações, embora estratégicas, resultaram no aumento da dívida da SAF, que atingiu a marca de R$ 1,3 bilhão.
Questionado sobre o impacto das vultuosas cifras que circulam no ambiente futebolístico, Pedro Junio admite um susto inicial. Acostumado aos valores mais "palpáveis" do setor corporativo, o executivo reconhece a dimensão financeira singular do futebol. Contudo, a adaptação foi célere, impulsionada pela preparação e pelo planejamento prévio para atuar nesse segmento.
É notável que, mesmo diante do crescimento do endividamento no ano anterior e da ausência na Copa Libertadores da América de 2025, os investimentos realizados em 2024 foram, segundo o vice-presidente, integralmente previstos no planejamento financeiro da diretoria. A alteração do perfil do clube, que antes possuía perspectivas esportivas aquém do desejado, justificou os aportes. A família Lourenço já havia delineado um cronograma de pagamentos e investimentos no momento da aquisição da SAF, e este está sendo rigorosamente seguido.
Um recente levantamento da Galápagos apontou que o Cruzeiro poderia levar entre 15 e 21 anos para sanar suas obrigações financeiras, dependendo da geração de receitas. Pedro Junio, no entanto, contrapõe essa projeção com um plano ambicioso para reduzir esse prazo pela metade. A estratégia se baseia na potencialização da marca Cruzeiro e na busca por novas fontes de receita.
"Precisamos buscar mais patrocínios, sempre chegar nas fases longas de Copa do Brasil, de Libertadores. Classificar para a Libertadores no ano que vem é fundamental para gente conseguir aumentar essa receita e conseguir diminuir esse prazo."
Este planejamento de longo prazo, que abrange uma década, já está detalhadamente estruturado, incluindo investimentos, pagamentos e aportes.
"Nós fizemos uma pesquisa e um investimento na nossa instituição, o que a gente tem de planejar para o Cruzeiro nos próximos dez anos. Então, a gente tem isso tudo desenhado, como estrutura, pagamentos, aportes... está tudo dentro do planejamento."
A Glória Esportiva e o Sonho da Libertadores
A busca incessante pela Copa Libertadores da América permanece como um dos pilares da gestão. Embora o objetivo de participar da edição de 2025 não tenha sido concretizado ? com o clube chegando à final da Sul-Americana e finalizando o Campeonato Brasileiro na nona posição ?, a ambição continental persiste. A ausência na principal competição sul-americana implica em receitas aquém do previsto, exigindo da SAF aportes adicionais ao longo do ano para honrar os compromissos. Pedro Junio, embora não detalhe os valores específicos, assegura que esses aportes estão programados e inseridos no plano decenal do clube.
O investimento massivo realizado no último ano teve como propósito primordial reposicionar o Cruzeiro no cenário competitivo nacional e internacional. Essa meta, que se alinha inclusive com as projeções orçamentárias, é um pilar da gestão. Para Pedro Junio, que vivenciou a conquista da Libertadores de 1997 como torcedor, o troféu continental representa um sonho pessoal e um objetivo maior para o clube.
"São várias. Eu sempre sonho com a primeira (riso). Têm muitos anos na conquista da Copa Libertadores, então é um sonho meu pessoal assim, a Libertadores, mas a primeira que vier já vai ser meu sonho realizado."
Sobre as ambições esportivas para o presente e futuro próximo, Pedro Junio adota uma postura cautelosa e pragmática. A Copa do Brasil, competição na qual o Cruzeiro é recordista de títulos, é tratada passo a passo, com cada avanço sendo celebrado como uma vitória. No Campeonato Brasileiro, o foco principal é a obtenção de uma vaga direta na Copa Libertadores da América de 2026. Embora o sonho de algo maior possa surgir com o decorrer da competição, o planejamento inicial mantém os "pés no chão", priorizando a classificação continental.
"No Brasileiro, a gente busca desde o início do ano a (vaga na) Copa Libertadores da América 2026. A nossa busca no Brasileiro é pela vaga direta na Copa Libertadores. E à medida que os jogos vão passando, a gente ficando mais perto, a gente pode sonhar com algo a mais. Mas, a princípio, pé no chão, o nosso planejamento não mudou, é a vaga na Copa Libertadores."
A ausência na Libertadores de 2025, embora um revés em relação aos objetivos traçados, não desvia o foco do planejamento. A participação na Sul-Americana, mesmo não sendo a prioridade inicial, foi encarada como um desafio e uma oportunidade valiosa. Pedro Junio destaca a importância de ter levado o clube a uma final internacional, reacendendo o entusiasmo e a crença da torcida. A experiência, apesar do desfecho, foi fundamental para o retorno do Cruzeiro aos grandes palcos, e o planejamento para a Libertadores no próximo ano segue inalterado.
Compromisso Abrangente e Legado
O compromisso com a excelência se estende a todas as frentes que carregam o nome do Cruzeiro . O futebol feminino, assim como o masculino, é encarado com a mesma seriedade e ambição: a meta é que a marca Cruzeiro esteja sempre no topo, disputando títulos e consolidando sua posição de destaque em todas as modalidades.
Em um raro vislumbre de sua vida pessoal, Pedro Junio se descreve como um pai dedicado a dois filhos, um casal. Seu tempo livre é integralmente dedicado à família, que ele considera o alicerce de sua vida. Sua criação, em um ambiente familiar presente, moldou seus valores e o inspira a replicar essa base para seus próprios filhos. Ele se esforça para conciliar as intensas demandas do trabalho com a vida familiar, levando os filhos a jogos e treinamentos, garantindo que a família seja um constante apoio e fonte de inspiração.
Embora sua formação e experiência profissional estivessem inicialmente voltadas para o setor supermercadista ? onde aprendeu e desenvolveu sua carreira ?, o futebol sempre foi uma paixão latente. Como torcedor fanático e assíduo nos estádios, a oportunidade de atuar diretamente no Cruzeiro foi descrita como "algo mágico" e um "privilégio". Estar na Toca da Raposa, contribuindo intensamente para o clube que tanto ama, representa a realização de um sonho pessoal e profissional.
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