Cruzeiro x CBF: Protesto Formal e Lances Polêmicos no Brasileirão

O Cruzeiro, em um movimento de clara insatisfação, prepara-se para formalizar uma veemente reclamação junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O motivo central é a performance da equipe de arbitragem na recente derrota por 2 a 1 para o Santos, ocorrida no último domingo no Mineirão. As críticas são direcionadas especificamente ao árbitro de campo, Wilton Pereira Sampaio, e ao responsável pelo VAR, Paulo Renato Moreira da Silva Coelho.

A diretoria celeste aproveita a viagem ao Rio de Janeiro, agendada para esta terça-feira, para o sorteio das quartas de final da Copa do Brasil, para um encontro presencial com membros da entidade máxima do futebol brasileiro. Representando o clube estarão Paulo Pelaipe, diretor-executivo, e Pedro Júnio, vice-presidente de futebol, que terão a incumbência de entregar a documentação formal de protesto.

Decisões Controvertidas: O Lance de Kaio Jorge e a Irregularidade dos Critérios

A principal queixa do clube mineiro reside na anulação do gol assinalado por Kaio Jorge. Em campo, o tento havia sido validado por Wilton Sampaio. Contudo, após intervenção do VAR, o árbitro foi chamado para revisão e determinou a anulação, alegando uma falta de Matheus Pereira sobre Zé Rafael no início da jogada. Tanto o árbitro principal quanto o VAR sustentaram que houve um toque do camisa 10 na panturrilha do jogador santista, caracterizando a infração que originou o lance do gol.

Além do incidente específico do gol, a cúpula do Cruzeiro corrobora a percepção do técnico Leonardo Jardim, que apontou uma notável disparidade nos critérios de marcação de faltas e na aplicação de cartões amarelos ao longo da partida. O Cruzeiro foi penalizado com cinco cartões amarelos, enquanto o Santos recebeu apenas três. Essa discrepância levanta questionamentos sobre a equidade na condução disciplinar do jogo.

Foto: (Divulgação)

Padrão Questionável: O Histórico de Erros e o Desabafo da Comissão Técnica

A insatisfação com a arbitragem não se limita apenas ao confronto contra o Santos. Diogo Dias, um dos auxiliares da comissão técnica portuguesa, somou-se às críticas de jogadores e do treinador, evidenciando um padrão de prejuízos ao Cruzeiro em jogos anteriores, mencionando especificamente as partidas contra Internacional, Atlético-MG e Vitória.

"Fala-se em campeonato competitivo, mas a única coisa que semana após semana se repete são os erros incompreensíveis. CBF, vamos tentar instruir os senhores do apito, vamos colocar gente profissional e sem interesses na sala do VAR. Não queiram ser os protagonistas, sejam apenas competentes. Existiram quatro jogos onde interesses maiores se sobrepuseram ao jogo"

Em todos os casos mencionados, a reclamação do clube concentra-se na esfera disciplinar. Contra o Internacional, Jonathan Jesus foi expulso ainda no primeiro tempo. Da mesma forma, contra o Vitória, Eduardo recebeu o cartão vermelho na etapa inicial. Em ambas as situações, o Cruzeiro entende que houve equívocos nas decisões da arbitragem.

No clássico contra o Atlético-MG, a percepção é de que Júnior Alonso, que já possuía um cartão amarelo, deveria ter sido expulso logo nos primeiros minutos do segundo tempo após cometer uma falta dura em Christian. A segunda punição não foi aplicada, e o jogador paraguaio foi prontamente substituído pelo técnico Cuca na sequência do lance. A tabela a seguir resume os pontos de discórdia do Cruzeiro com a arbitragem em jogos recentes:

Impacto nos Resultados: Como a Arbitragem Afeta a Trajetória Celeste

A série de incidentes, culminando na derrota para o Santos e a consequente distância para o líder Flamengo, reforça a percepção dentro do Cruzeiro de que as decisões arbitrais estão impactando diretamente o desempenho e a posição do time na tabela. A diretoria busca, com este protesto formal, não apenas uma resposta para os eventos recentes, mas também um posicionamento da CBF em relação a um padrão de arbitragem que, na visão do clube, tem sido prejudicial à sua campanha no Campeonato Brasileiro. A expectativa é que o diálogo presencial no Rio de Janeiro traga esclarecimentos e, idealmente, mudanças na condução dos jogos futuros.