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Eleição CBF: Cruzeiro e Santos Rompem Boicote de Clubes
Por Redação Raposa Azul em 25/05/2025 12:31
A Dinâmica Eleitoral e a Representatividade no Futebol Brasileiro
O recente processo eleitoral que culminou na escolha do novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trouxe à tona uma série de questionamentos sobre a coesão e os reais interesses dos clubes nacionais. Em um cenário de intensa expectativa, a eleição que consagrou Samir Xaud como líder máximo da entidade foi marcada por uma reviravolta notável, envolvendo dois dos mais tradicionais clubes do país.
Apesar de um pacto prévio firmado por uma significativa parcela das agremiações, Cruzeiro e Santos, de forma surpreendente, optaram por desconsiderar o compromisso de não participar do pleito. A decisão dessas equipes de comparecer e votar na confederação, em um domingo que deveria solidificar um protesto coletivo, gerou discussões e levantou dúvidas sobre a efetividade dos movimentos articulados pelos clubes em busca de maior protagonismo.
As informações apuradas indicam que o pleito, que confirmou Xaud na presidência, contou com o apoio de vinte clubes, entre os quais se destacam justamente Cruzeiro e Santos. Essa participação inusitada contrapôs-se ao manifesto que havia sido endossado por vinte e uma entidades, as quais prometiam abster-se da votação em uma clara demonstração de insatisfação com a representatividade e o processo decisório dentro da CBF.

A Quebra do Pacto: Votos e Ausências Estratégicas
A composição dos votos que elegeram Samir Xaud revela um panorama diverso. Foram dez equipes da Série A e outras dez da Série B que depositaram sua confiança na chapa vencedora. Além do apoio clubístico, vinte e seis federações estaduais também manifestaram seu respaldo ao novo presidente, consolidando uma base de poder robusta.
No caso específico do Santos, a representação não ficou a cargo do presidente Marcelo Teixeira, mas sim de outro membro da diretoria, cuja identidade não foi publicamente divulgada. Para o Cruzeiro , a figura que representou o clube na votação também permaneceu não identificada, adicionando uma camada de mistério à sua participação. Essas ausências dos presidentes em um momento tão crucial podem ser interpretadas de diversas maneiras, desde uma delegação de poder até uma tentativa de mitigar a visibilidade da quebra do acordo.
Em contrapartida, grandes nomes do futebol brasileiro, como Fluminense, Flamengo, Corinthians e São Paulo, mantiveram-se firmes em sua decisão de não comparecer ao pleito. A postura desses clubes reforça a seriedade de seu compromisso com o manifesto e sublinha a divergência de visões sobre os caminhos que o futebol nacional deve trilhar. A divisão de estratégias entre as agremiações evidencia a complexidade das relações de poder e a dificuldade em se estabelecer uma frente unificada para as reivindicações.
O Manifesto dos Clubes: Vozes em Busca de Protagonismo
O documento que formalizava a insatisfação dos clubes e a intenção de boicote foi divulgado publicamente poucos dias antes da eleição. Intitulado "SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOL", o texto expressa de forma contundente as demandas por um ambiente mais transparente, democrático e representativo no âmbito da gestão do futebol brasileiro. A íntegra da nota, que delineia as expectativas e os protestos das agremiações, é apresentada a seguir:
"SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOL
O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade.Neste domingo, haverá eleição para o próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente.Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor.
América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro , Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo, Sport."
A presença de Cruzeiro e Santos na lista de signatários do manifesto, em contraste com sua participação na votação, ressalta a complexidade das alianças e a fluidez dos compromissos no cenário político do futebol. A dicotomia entre o discurso público e as ações nos bastidores levanta questões pertinentes sobre a real capacidade dos clubes de influenciar as decisões da entidade máxima do futebol nacional e a busca por um modelo de gestão que verdadeiramente contemple seus interesses.
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