Gerson no Cruzeiro: Pai do volante revela plano para Copa 2026

A movimentação do Cruzeiro nos bastidores do mercado da bola para 2026 ganha contornos de uma partida de xadrez financeiro. O nome da vez é o meio-campista Gerson, atualmente vinculado ao Zenit, da Rússia. O interesse celeste não é apenas uma sondagem protocolar, mas sim uma tentativa de capitalizar sobre o momento de carreira do atleta, que visa um retorno estratégico ao cenário nacional para retomar seu espaço na Seleção Brasileira.

Recentemente, a diretoria da Raposa utilizou o interesse dos russos em um de seus ativos para tentar viabilizar a chegada do volante. O Zenit sinalizou com uma proposta de 8 milhões de euros (aproximadamente R$ 50,5 milhões) pelo defensor Jonathan Jesus. No entanto, a cúpula cruzeirense, avaliando que o valor de mercado de seu atleta é superior, sugeriu a inclusão de Gerson como peça fundamental para o desfecho da transação.

Negociação estratégica: Jonathan Jesus e a ponte para Gerson

O cenário financeiro que envolve Gerson é complexo e exige cautela. O jogador foi adquirido pelo clube russo junto ao Flamengo por uma cifra astronômica de 25 milhões de euros, o que eleva o sarrafo para qualquer tentativa de repatriação definitiva. Abaixo, detalhamos os valores que orbitam essa possível operação:

Apesar do investimento pesado realizado pelos russos, Gerson vive um momento de instabilidade física na Europa. Após sua saída do futebol brasileiro em julho, logo após o Mundial de Clubes, o meio-campista enfrentou problemas de lesão que limitaram sua participação a apenas 15 jogos oficiais. Esse fator, somado à distância dos olhos da comissão técnica da Seleção, pode pesar a favor do projeto apresentado pelo Cruzeiro.

O sonho da Seleção Brasileira como trunfo da Raposa

O principal combustível para o interesse do jogador em retornar ao Brasil é o calendário internacional. Aos 28 anos, Gerson entende que o próximo ciclo mundialista é sua última grande oportunidade de atuar em alto nível pelo país. Seu pai e representante, Marcão Silva, confirmou em entrevista à Rádio Itatiaia que o foco do atleta está totalmente voltado para 2026.

"O desejo do Gerson é jogar e fazer parte do grupo da Copa do Mundo. Esse é o grande desejo dele", afirmou Marcão Silva, deixando claro que o aspecto esportivo e a visibilidade nacional são prioridades absolutas no planejamento de carreira do filho para os próximos anos.

A diretoria celeste aposta que o "projeto ousado" mencionado pelo staff do jogador pode ser o diferencial para convencer o clube russo a liberar o atleta. Entretanto, a barreira contratual ainda é o maior empecilho, visto que o compromisso de Gerson com o Zenit se estende até o final desta década, garantindo aos russos o controle total sobre o destino do meio-campista.

Realidade contratual e o desafio financeiro no mercado

Marcão Silva foi enfático ao analisar a postura do Cruzeiro e a viabilidade do negócio. Embora elogie a ambição do clube mineiro, ele ressalta que a palavra final pertence aos atuais detentores dos direitos econômicos do volante. A negociação depende estritamente de uma composição que satisfaça o apetite financeiro do Zenit, que não costuma facilitar a saída de seus principais investimentos.

"O projeto, ousado ou não… Cada um tem vai até onde tem coragem de ir. Mas, hoje, volto a repetir: espero que o projeto do Cruzeiro seja lindo, que seja cheio de conquistas, mas o Gerson tem contrato com o Zenit. Caso alguém queira comprá-lo, o Zenit tem que querer vender", concluiu o pai do atleta.

Para o Cruzeiro, a contratação de Gerson representaria um salto de qualidade técnica indiscutível, mas o clube precisará de engenharia financeira e paciência. O uso de Jonathan Jesus como moeda de troca é uma tentativa inteligente de reduzir custos, mas diante dos valores envolvidos na trajetória de Gerson na Rússia, o caminho para um final feliz ainda parece longo e repleto de obstáculos burocráticos.