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Homenagem Impactante: Cruzeiro Honra Gari Laudemir no Mineirão e Exige Justiça
Por Redação Raposa Azul em 23/08/2025 19:22
Em um sábado que deveria ser apenas de futebol, o Mineirão se transformou em um palco de memória e clamor por justiça. Antes do confronto entre Cruzeiro e Internacional, a família de Laudemir de Souza Fernandes, um gari de 44 anos que teve sua vida brutalmente interrompida, foi homenageada pelo clube celeste. Laudemir, um fervoroso torcedor da Raposa, foi vítima de um assassinato em 11 de agosto, no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte, perpetrado pelo empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos.
A solenidade, carregada de emoção, ocorreu em um camarote do estádio. Nicole, filha de Laudemir, e Liliane, sua companheira, receberam das mãos de Pedro Lourenço, gestor da SAF do Cruzeiro , uma camisa oficial do time. Além delas, outros entes queridos, incluindo a mãe de Laudemir, amigos e diversos colegas de profissão, marcaram presença no ato. O momento foi amplificado pela locução do Mineirão, que convocou a massa cruzeirense a saudar e aplaudir a memória do profissional, enquanto sua imagem e nome eram projetados nos telões, ecoando por todo o Gigante da Pampulha.
A companheira de Laudemir, Liliane França, expressou a profunda gratidão pela homenagem, sublinhando a paixão inabalável que o gari nutria pelo Cruzeiro . "É muito bom, porque o Lau era cruzeirense, nunca tinha vindo ao jogo. Receber essa homenagem é muito bom, traz alívio para o coração da gente", declarou Liliane, visivelmente emocionada. Ela complementou, "Ele gostava (do Cruzeiro ). Tinha um boné, gostava de ver o jogo, só não tinha muito tempo para vir aos jogos, mas gostava!".
O Legado de Laudemir e o Grito por Justiça
Pedro Lourenço, em um discurso permeado por pesar, lamentou a tragédia e estendeu a solidariedade do clube aos familiares de Laudemir, posicionando o Cruzeiro como um pilar de apoio em um período de tamanha dor e indignação. "Momento triste e lamentável, essa situação que a família está passando. Ter o filho, pai, marido ser assassinado brutalmente da forma que foi. É triste conviver com isso", afirmou o gestor. Ele reforçou o compromisso da instituição: "O Cruzeiro está aqui na ajuda e nessa briga com eles, que não é fácil. Que Deus ilumine todos eles".
A cena no Mineirão foi ainda mais impactante com a presença dos colegas de trabalho de Laudemir. Vestidos com os uniformes de garis, eles não só renderam tributo ao amigo falecido, mas também aproveitaram a visibilidade para protestar veementemente por condições de trabalho mais dignas e seguras para a categoria. Kirk Douglas, de 38 anos, que compartilhava a jornada diária com Laudemir, resumiu o sentimento coletivo: "Nós não temos visibilidade nenhuma! Hoje, pela fatalidade que aconteceu com o Laudemir, nós estamos tendo a visibilidade. Nós vamos lutar por justiça para não deixar esse caso ficar impune".
O Crime que Chocou a Capital Mineira
O trágico evento que ceifou a vida de Laudemir ocorreu na manhã de 11 de agosto, por volta das 9h03, na rua Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre. Laudemir, em pleno exercício de sua função na coleta de resíduos, foi abordado por Renê da Silva Nogueira Júnior. O empresário, ao volante de um veículo BYD de cor cinza, teria se irritado com o caminhão de lixo, alegando que este obstruía o fluxo do trânsito.
Relatos de testemunhas indicam que Renê, em um ato de extrema agressividade, apontou uma arma para a motorista do caminhão, proferindo ameaças de atirar em seu rosto. Em seguida, ele contornou o veículo, desceu de seu carro com a arma em punho, e após um breve incidente onde o carregador caiu e foi recolocado, disparou contra o gari. O projétil atingiu a região das costelas do lado direito de Laudemir, atravessou seu corpo e se alojou no antebraço esquerdo. Renê foi detido horas mais tarde, ao chegar em uma academia, e, após uma inicial negação, confessou o assassinato à polícia. A homenagem do Cruzeiro , portanto, transcende o esporte, tornando-se um símbolo de solidariedade e um eco persistente na busca por justiça para Laudemir de Souza Fernandes.
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