Leonardo Jardim Inova em Protesto Contra Arbitragem e Acende Debate no Cruzeiro

Em um movimento singular de contestação, o comandante técnico do Cruzeiro, Leonardo Jardim, expressou sua insatisfação com a atuação arbitral na última segunda-feira (18). Após o empate em 1 a 1 contra o Mirassol, válido pela 20ª jornada do Campeonato Brasileiro, o treinador português utilizou suas plataformas digitais para veicular um clipe de um atleta de voleibol executando uma manchete, um gesto que serviu como uma evidente alusão irônica à penalidade máxima não assinalada em favor da equipe celeste.

A origem da controvérsia reside num incidente ocorrido logo aos três minutos da etapa inicial do confronto, disputado no estádio Maião, em Mirassol. Na ocasião, o meio-campista José Aldo, da equipe adversária, teve contato com a bola utilizando a mão dentro da área defensiva, em uma jogada que representava iminente perigo para o ataque cruzeirense. Contudo, o juiz da partida, Bruno Arleu de Araújo, representante do Rio de Janeiro, optou por não assinalar qualquer infração, e, surpreendentemente, a equipe do VAR não sinalizou para uma revisão do lance no monitor.

Durante a subsequente coletiva de imprensa, Leonardo Jardim reiterou seu tom sarcástico em relação ao episódio. O estrategista lusitano indagou publicamente sobre a permissibilidade de se realizar ?manchetes de vôlei dentro da área? no contexto do futebol. Adicionalmente, ele propôs uma alteração regulamentar: a concessão aos treinadores de duas oportunidades por partida, uma em cada tempo, para solicitar a revisão de lances duvidosos pela arbitragem através do VAR.

A Indignação de Jardim e o Questionamento ao VAR

Em suas declarações, Jardim foi taxativo:

A situação é fácil de analisar. A bola toca na coxa e no braço. Isso não é pênalti. O pênalti vem a seguir, porque eu não sabia que era permitido fazer manchetes de vôlei dentro da área. Mas o que eu vou fazer? Eu ontem vi uma expulsão em um jogo em que um jogador abriu os braços e foi expulso. Hoje vejo isso e não é chamado.

Ele concluiu sua explanação com um apelo por mudanças estruturais no arbitramento:

O futebol brasileiro tem que tomar algumas medidas, porque senão as pessoas passam a desacreditar no VAR. Os treinadores deveriam ter duas opções por jogo, no primeiro tempo e no segundo tempo, para pedir revisão dos lances pelo árbitro, porque isso alteraria algumas coisas.

Repercussão Coletiva: O Descontentamento da Tropa Celeste

A insatisfação com o episódio não se restringiu ao banco de reservas; o incidente reverberou intensamente entre os atletas do Cruzeiro . Nomes como Fabrício Bruno e Kaio Jorge estiveram entre os que manifestaram veementemente sua reprovação pela ausência da marcação da penalidade. Posteriormente ao apito final, o vice-presidente do clube, Pedro Junio, também veio a público para questionar a conduta dos oficiais de arbitragem nos confrontos envolvendo a Raposa, reforçando a percepção de um padrão preocupante.