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Mancha Alviverde Admite Emboscada que Matou Cruzeiirense: Detalhes do Acordo e Indenizações Milionárias

Por Redação Raposa Azul em 14/11/2025 11:43

A Mancha Alviverde, torcida organizada do Palmeiras, finalmente reconheceu a participação de seus membros na emboscada que resultou na trágica morte de um torcedor do Cruzeiro no ano anterior. A própria agremiação declarou que "os fatos foram planejados, organizados e executados por membros da agremiação", prometendo, a partir de agora, o fim definitivo de quaisquer práticas semelhantes.

Esse compromisso formal está detalhado em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), selado com o Ministério Público de Mairiporã (SP) e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). O documento foi assinado por André Guerra, presidente da organizada, em nome da entidade.

É crucial salientar que, segundo o Ministério Público de São Paulo, este acordo não confere imunidade de responsabilidade civil ou criminal aos indivíduos já indiciados, nem a outros envolvidos que possam ser identificados no futuro. As investigações e os processos judiciais permanecem em curso na Vara do Júri de Mairiporã.

As Consequências Legais e o Retorno Condicionado da Mancha Alviverde

O TAC, apesar de viabilizar o retorno da torcida aos estádios, impõe rigorosas cinco condições para que essa retomada seja mantida. Entre as exigências mais significativas está o desembolso de R$ 2 milhões em compensações financeiras às vítimas da emboscada, valor que será quitado em parcelas ao longo de sessenta meses.

O documento determina que a torcida pagará R$ 1 milhão aos herdeiros de José Victor Miranda, o torcedor cruzeirense que perdeu a vida no lamentável episódio. Além disso, o acordo inclui R$ 200 mil à empresa proprietária do ônibus incendiado durante o ataque e R$ 250 mil ao Fundo Municipal de Segurança de Mairiporã.

A quantia remanescente será destinada às demais vítimas do incidente, que estão autorizadas a buscar reparação individualmente na esfera judicial. Aqueles que sofreram lesões graves ou gravíssimas podem ser elegíveis para receber até R$ 80 mil, enquanto os que tiveram ferimentos leves terão direito a até R$ 20 mil.

Reparação Financeira: O Preço da Violência e as Indenizações às Vítimas

Destinatário da Indenização Valor (R$) Observações
Herdeiros de José Victor Miranda (Torcedor do Cruzeiro) 1.000.000 Vítima fatal da emboscada
Empresa proprietária do ônibus incendiado 200.000 Reparação por danos materiais
Fundo Municipal de Segurança de Mairiporã 250.000 Contribuição para segurança pública
Demais vítimas (lesões graves/gravíssimas) Até 80.000 Reparação por danos físicos
Demais vítimas (ferimentos leves) Até 20.000 Reparação por danos físicos

Os pagamentos começarão a ser efetuados somente após a homologação do TAC pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo. O MPSP, por sua vez, concluiu sua atuação no processo com a autorização para o retorno da torcida, concedida pela Federação Paulista de Futebol (FPF).

Novas Regras e Vigilância Reforçada: O Futuro das Torcidas Organizadas

Para que a Mancha Alviverde mantenha suas atividades, uma série de obrigações administrativas foi estabelecida. Primeiramente, a torcida deverá manter um registro completo e atualizado de todos os seus associados. Esse cadastro, contendo nome completo, CPF, número de telefone celular e registro fotográfico de cada integrante, deverá ser enviado semestralmente à federação local e à promotoria de Mairiporã. Qualquer omissão deliberada nesse processo resultará na imediata proibição de funcionamento da agremiação.

Adicionalmente, a organizada terá a responsabilidade de comunicar à Polícia Militar e à Polícia Rodoviária Federal todos os seus deslocamentos e comboios, sejam eles para atividades internas ou, por exemplo, para acompanhar jogos de futebol.

O Termo de Ajustamento de Conduta é explícito ao determinar que a torcida não poderá se envolver novamente em episódios de violência, sejam eles planejados ou executados por seus membros ou dirigentes. O texto reforça que a entidade tem o dever de "coibir e punir com severidade qualquer membro/associado(a) que se envolva nesta espécie de atividade ilícita".

Caso novos atos violentos ocorram com a participação maciça de seus associados, a torcida será suspensa por um período de dois anos. O acordo ainda exige que a Mancha adote medidas concretas para incutir uma cultura de paz entre seus integrantes e no relacionamento com outras torcidas organizadas.

A 'Nova Era' da Mancha: Entre o Compromisso e a Desconfiança Pública

Em um comunicado oficial, a Mancha Alviverde declarou seu retorno aos estádios "após um período de profunda reflexão e reestruturação decorrente dos acontecimentos do último ano". A nota enfatiza que o afastamento foi essencial para uma reorganização interna, o fortalecimento de seus valores e a reafirmação de seu compromisso tanto com o Palmeiras quanto com a sociedade.

A torcida acrescentou que este momento marca "o início de uma nova era, mais consciente, mais estruturada e ainda mais comprometida com o apoio incondicional ao Palmeiras". O comunicado finaliza reiterando o compromisso com as famílias diretamente afetadas e com todos aqueles que enfrentaram as dolorosas consequências do episódio, expressando apoio, solidariedade e respeito aos envolvidos, direta ou indiretamente.

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