Ronaldo Fenômeno almeja a presidência da CBF após experiências como dirigente

A Trajetória de Ronaldo como Dirigente: Um Caminho de Desafios

Ronaldo Fenômeno, célebre ex-jogador, manifestou seu desejo de concorrer à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após acumular experiências como proprietário de Sociedades Anônimas de Futebol (SAF) no Brasil e no exterior, o ex-atleta almeja agora alcançar posições de maior influência no cenário esportivo nacional.

Sua incursão inicial no mundo da gestão esportiva ocorreu em 2018, na Espanha, com a aquisição do Real Valladolid. Ronaldo tornou-se o acionista majoritário do clube, iniciando com 51% das ações, por 30 milhões de euros (equivalente a R$ 141 milhões na época), e posteriormente elevando sua participação para 82%.

Embora tenha estabilizado as finanças do clube, o desempenho esportivo do Valladolid tem sido inconstante. A equipe alcançou o acesso à La Liga duas vezes, mas também sofreu rebaixamentos em igual número de ocasiões, demonstrando dificuldade em se consolidar na elite do futebol espanhol.

A Turbulência no Real Valladolid e a Busca por Novas Oportunidades

A relação entre o dirigente e a torcida do Valladolid é marcada por tensões, com protestos frequentes nas arquibancadas. Os torcedores expressam crescente insatisfação, exigindo investimentos mais robustos no elenco. O valor médio despendido pelo dirigente em transferências é de apenas 6,8 milhões de euros (aproximadamente R$ 42 milhões) por temporada.

Essa conjuntura levou Ronaldo a tentar vender o clube espanhol, mas recuou após não receber ofertas consideradas satisfatórias. Assim, o negócio foi temporariamente suspenso, pelo menos por ora.

Ronaldo e o Cruzeiro: Uma Jornada de Ascensão e Despedida

No Brasil, Ronaldo assumiu o controle da SAF do Cruzeiro, clube que o projetou para o futebol mundial, em dezembro de 2021. Ele investiu R$ 400 milhões para adquirir 90% das ações do time mineiro. O ex-jogador foi fundamental na recuperação da Raposa, que havia passado duas temporadas na Série B, após o rebaixamento em 2019.

Sob sua gestão, o Cruzeiro retornou à Série A logo no primeiro ano. Contudo, o time não conseguiu manter o bom desempenho na primeira divisão, e viu o rival Atlético Mineiro consolidar uma hegemonia estadual, aumentando a pressão sobre o ídolo por conquistas mais expressivas.

A Pressão da Torcida e a Venda da SAF do Cruzeiro

Ronaldo enfrentou o ponto alto da insatisfação da torcida quando um bandeirão com sua imagem foi incendiado, um símbolo da revolta após o retorno do clube à elite do Brasileirão. O episódio, ocorrido em maio deste ano, prenunciou as mudanças que estavam por vir.

Pouco tempo depois, Ronaldo concretizou a venda da SAF do Cruzeiro para Pedro Lourenço. Ao anunciar sua decisão, expressou um sentimento de dever cumprido, mas admitiu que ter entrado no negócio foi uma "irresponsabilidade". A declaração revela a complexidade e os desafios enfrentados pelo ex-jogador em sua trajetória como gestor esportivo.

Agora, com a ambição de presidir a CBF, Ronaldo busca aplicar suas experiências e visões em uma nova escala, no cenário do futebol brasileiro. Resta acompanhar os próximos capítulos dessa jornada.