Tite no Cruzeiro: Análise do Reencontro com 7 Ex-Pupilos e Expectativas

A diretoria do Cruzeiro agiu com celeridade no mercado da bola, assegurando a contratação de Tite para a liderança técnica da equipe na próxima temporada, logo após a saída de Leonardo Jardim. Esta movimentação estratégica não apenas traz um comandante de renome, mas também propicia um reencontro do ex-técnico da Seleção Brasileira com sete atletas que agora vestem a camisa celeste. Entre eles, nomes como Gabigol e Cássio se destacam, prometendo adicionar camadas de expectativa às dinâmicas internas do elenco.

Além dos mencionados, Tite já compartilhou vestiário com Walace, Fagner, Matheus Henrique, Fabrício Bruno e Matheus Cunha, este último recém-chegado do Flamengo. A missão do novo treinador será capitalizar sobre a boa fase recente da Raposa, que concluiu o Campeonato Brasileiro na terceira posição e alcançou a semifinal da Copa do Brasil, buscando não apenas manter, mas elevar o patamar de desempenho do clube mineiro.

Pilares de Confiança: O Legado Vencedor de Tite

Um dos reencontros mais significativos é com o goleiro Cássio , cuja trajetória profissional atingiu seu ápice sob a tutela de Tite, em 2012, no Corinthians. Naquela ocasião, Cássio , inicialmente uma opção para o banco de reservas, rapidamente se consolidou como titular absoluto, construindo uma passagem memorável. Sua relação direta com o treinador perdurou até 2016, totalizando 224 aparições entre os titulares e a conquista de títulos de expressividade, como o Mundial de Clubes, a Libertadores e o Campeonato Brasileiro. Essa parceria de sucesso o levou, inclusive, a integrar a lista de convocados para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, durante a passagem de Tite pela Seleção.

Fagner, lateral-direito de extrema regularidade, foi outro jogador que experimentou um período de glória sob o comando de Tite no Corinthians, entre 2014 e 2016. Sua presença era uma constante no time titular, acumulando 128 jogos, sete gols e oito assistências. O desempenho sólido chamou a atenção do então técnico da Seleção, garantindo a Fagner sua vaga na Copa do Mundo de 2018, evidenciando a confiança que Tite depositava em seu futebol.

O zagueiro Fabrício Bruno também teve a oportunidade de trabalhar com Tite durante a passagem do técnico pelo Flamengo. Mesmo com a chegada do novo comandante, o defensor manteve sua posição como peça-chave no sistema defensivo rubro-negro, participando de 57 partidas e anotando um gol, o que demonstra uma continuidade na sua importância tática e técnica sob a nova gestão.

Relações Complexas e Oportunidades Limitadas

A dinâmica com Gabigol, contudo, apresenta um cenário de maior complexidade. Antes da convivência no Flamengo, Tite optou por não convocar o atacante para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, decisão que gerou consideráveis críticas por parte da torcida rubro-negra. Na época, o camisa 9 respondeu aos questionamentos sobre a ausência na Seleção com a contundente declaração: "Eu já jogo em uma Seleção".

No ano subsequente, com a chegada de Tite ao Rio de Janeiro, a relação entre os dois pareceu azedar. Tal desgaste se refletiu em campo, onde Gabigol perdeu espaço, disputando 37 jogos, sendo 33 deles iniciando no banco de reservas, e marcando apenas quatro gols. Em uma entrevista ao Podpah, o jogador minimizou a situação do reencontro, afirmando: "Nada contra".

Matheus Cunha, reforço da Raposa para 2026, é outro goleiro que teve Tite como treinador no Flamengo. No entanto, sua experiência foi marcada por poucas oportunidades, sendo titular em somente oito partidas entre outubro de 2023 e setembro de 2024. Sua chegada ao Cruzeiro , portanto, pode representar uma nova chance de afirmação sob um comando já conhecido, mas em um contexto de maior necessidade de protagonismo.

Novas Perspectivas: De Reservas a Oportunidades na Raposa

O volante Walace foi convocado por Tite para a Seleção Brasileira enquanto atuava pelo Hannover, da Alemanha. Durante suas oportunidades com a camisa amarela, ele foi titular em duas ocasiões e entrou no segundo tempo em outras duas. Uma dessas participações ocorreu no "Jogo da Amizade", contra a Colômbia, evento realizado em homenagem às vítimas do trágico acidente aéreo da Chapecoense.

Matheus Henrique , outro volante do atual elenco celeste, também estabeleceu uma conexão com Tite nos tempos de Seleção, quando defendia as cores do Grêmio. Suas chances surgiram em amistosos contra Senegal e Nigéria, disputados em Singapura, na Ásia, em 2019. Contra os senegaleses, o jogador esteve em campo por pouco mais de 20 minutos.

A chegada de Tite ao Cruzeiro , com a presença desses sete jogadores que já cruzaram seu caminho, adiciona uma camada interessante à próxima temporada. As dinâmicas estabelecidas no passado, sejam elas de sucesso, de atrito ou de oportunidades limitadas, certamente influenciarão a gestão do elenco e a busca por resultados expressivos para a Raposa.