Wendel: Campeão da Tríplice Coroa Assume Sub-17 do Cruzeiro

A movimentação nos bastidores da Toca da Raposa II nesta quinta-feira (6) trouxe à tona uma decisão de peso para as categorias de base do Cruzeiro. A diretoria celeste confirmou a chegada de Wendel, um nome que ressoa com a memória gloriosa da Tríplice Coroa de 2003, para assumir a liderança técnica da equipe sub-17.

Essa nomeação sucede a saída de Tony Carvalho, conhecido como ?Tony Talibã?, que foi desligado de suas funções na última quarta-feira (5). A escolha por um ex-atleta com tamanha identificação e histórico vencedor no clube sinaliza uma direção clara para o desenvolvimento dos jovens talentos.

Em comunicado oficial, a Raposa justificou a escolha, destacando a familiaridade do novo comandante com o ambiente e os atletas:

"Integrando o corpo técnico Celeste durante toda a temporada, Wendel conhece bem o elenco com o qual irá trabalhar nesta nova etapa, fator que contribuirá para a continuidade do projeto de formação dos jovens atletas"

. Essa proximidade é vista como um trunfo para a transição e a manutenção da filosofia de trabalho.

A Chegada de um Ídolo à Base Celeste

Antes de assumir este novo desafio no sub-17, Wendel já possuía um percurso consolidado na formação de jovens. Entre os anos de 2020 e 2023, ele esteve à frente do time sub-14 do próprio Cruzeiro , acumulando experiência valiosa. Em 2024, sua jornada continuou no cenário mineiro, onde comandou a categoria sub-16 do América.

Contudo, é sua trajetória como jogador que confere a Wendel um status singular. Ele foi peça fundamental e titular indiscutível na campanha vitoriosa da Tríplice Coroa em 2003, um ano que marcou o auge do Cruzeiro com a conquista do Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Naquela temporada inesquecível, o então meio-campista participou de 52 confrontos e balançou as redes adversárias em duas ocasiões.

Sua carreira nos gramados não se limitou à Toca da Raposa. Wendel vestiu as camisas de importantes clubes brasileiros como Santos, Vasco, Sport, Goiás, Ponte Preta e Náutico, até encerrar sua jornada profissional em 2018. Internacionalmente, ele também deixou sua marca, atuando por Nacional-POR, Bordeaux-FRA, Al Ittihad-ARA e Al-Shabab-ARA, acumulando uma bagagem de experiências globais.

Do Gramado Vitorioso à Liderança Técnica

A presença de um jogador com o calibre e a vivência de Wendel no comando de uma equipe de base do Cruzeiro transcende a mera substituição de um técnico. Ela representa a inserção de um ethos vencedor, de alguém que vivenciou de perto a disciplina, a pressão e a glória de um dos períodos mais emblemáticos da história do clube. Sua experiência pode ser um catalisador para incutir nos jovens atletas não apenas técnicas, mas também a mentalidade de um campeão.

Essa aposta em uma figura tão identificada com o sucesso celeste reflete, talvez, uma estratégia mais ampla da diretoria para fortalecer a identidade do clube desde as categorias de base. Ao trazer de volta um ídolo para um cargo de formação, o Cruzeiro busca solidificar os valores e a cultura de conquistas que sempre nortearam a instituição, preparando a próxima geração não só para jogar futebol, mas para entender o que significa vestir a camisa estrelada.

Naturalmente, as expectativas sobre Wendel serão elevadas. Seu desafio será traduzir a experiência de campo em um modelo de desenvolvimento eficaz, capaz de lapidar talentos que, futuramente, possam reforçar o elenco principal. A responsabilidade de moldar os futuros protagonistas da Raposa, inspirando-os com seu próprio legado, é uma tarefa que exigirá não apenas conhecimento tático, mas também uma profunda compreensão do DNA cruzeirense.

A Visão Estratégica por Trás da Escolha